Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

 


“É preciso ter um ideal e se apaixonar por ele”

No dia 21 de fevereiro de 2021,   na Comunidade Madre Beatriz, em Belo Horizonte, nossa Congregação teve a alegria de celebrar a admissão ao Noviciado das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, duas formandas: Ana Paula Pimenta, natural de Boa Esperança, MG e Danielle Samanta, natural de Duque de Caxias, RJ.

Celebramos este momento especial com a presença de muitas irmãs, além da presença virtual de familiares e amigos(as) das formandas e outras comunidades da nossa Congregação que vibraram cada momento conosco! Além disso, contamos com a presença do querido amigo Padre Marcos, da Paróquia Santa Cruz, que presidiu a Celebração Eucarística, com muito carinho.

Na homilia, refletimos o que João Paulo II, em sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Vita Consecrata, nos diz a respeito da vida consagrada: um dom de Deus.  Ana Paula e Danielle Samanta, deram mais um passo ao chamamento do Pai e à moção do Espírito, escolhendo o caminho de seguimento de Jesus, tendo em vista o serviço à Deus e aos irmãos(ãs).

“A verdadeira profecia nasce de Deus, da amizade com Ele, da escuta diligente da sua Palavra nas diversas circunstâncias da história. O profeta sente arder no coração a paixão pela santidade de Deus e, depois de ter acolhido a palavra no diálogo da oração, proclama-a com a vida, com os lábios e com os gestos, fazendo-se porta-voz de Deus contra o mal e o pecado. O testemunho profético requer a busca constante e apaixonada da vontade de Deus, uma comunhão eclesial generosa e imprescindível, o exercício do discernimento espiritual, o amor pela verdade” (VC, 84).



A vida consagrada se trata de uma forma especial de participação na função profética de Cristo diante da radicalidade do seguimento de Jesus e da dedicação à sua missão, segundo o Papa. Nesse sentido, e lembrando a função de sinal atribuída à vida consagrada, é que louvamos a Deus pela vocação das formandas, na certeza de que o amor pessoal por Jesus e pelos pobres não pode ser jamais preterido.







Nossa maior alegria é dizer SIM ao chamado de Deus! Pense nisso!

Amanda Dutra de Rezende Antunes, Formanda

domingo, 31 de janeiro de 2021

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4º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 31/01/2021

A  liturgia deste domingo nos ajuda a rezar e compreender melhor que a  vocação profética nasce  por iniciativa de Deus e não nossa. O profetismo não vem de uma escolha própria, mas de um forte chamado de Deus. Cabe ao ser humano uma resposta corajosa a esse chamado divino. Aprofundemos a Palavra de Deus para entendê-la e vivê-la melhor.

1ª Leitura - do Livro do Deuteronômio 18,15-20

Moisés falou ao povo dizendo: O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar. [...] o povo estava reunido, dizendo: 'Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus, nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo'. Então o Senhor me disse: '[...] Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome...

Deuteronômio é chamado o livro  da Lei ou livro da Aliança. Esta leitura confirma para nós, através de Moisés, que o profeta é alguém que Deus escolhe, chama, capacita e envia para ser a sua palavra viva no meio das pessoas, despertando-as para o compromisso na construção de seu Reino, Reino de Irmãos.

Na segunda leitura da 1ª Carta de Paulo aos Coríntios (7, 32-35), ele defende o valor do casamento, para as pessoas que são chamadas para esta vocação. Quem se casa tem que atender às necessidades da família e dividir a sua atenção com uma série de realidades ligadas ao cotidiano.  Ele faz um elogio para as pessoas que são chamadas a servirem ao Senhor, pela vocação religiosa, isto é, vida celibatária. Ele reconhece que quem não é casado tem mais tempo e disponibilidade para "as coisas do Senhor", gasta a sua vida integralmente a serviço do Projeto de Deus.

Evangelho - Marcos 1,21-28

[...] Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, [...] Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 'Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus'. Jesus o intimou: 'Cala-te e sai dele!'
Então o espírito mau sacudiu o homem [...] deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: 'O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!'...

O Evangelho nos apresenta Jesus ensinando na sinagoga e de forma bem diferente dos doutores da Lei. Esse jeito diferente atraia as pessoas e elas estavam encantadas com o jeito como Jesus falava. Ele falava com autoridade, ou seja, suas palavras tinham profunda coerência com a sua vida cotidiana. Diz o texto que ali havia um homem possuído por um espírito impuro e ele reagiu com Jesus, pois estava tão acostumado com a exclusão das pessoas impuras, que nem era capaz de pensar em um novo modo de viver. Esse é um grande perigo também para nós, pois esse homem com espírito impuro são aquelas pessoas que se fecham ao chamado de Jesus porque não querem deixar seus apegos.

O espírito impuro sabia quem era Jesus, pois ele O chama de Jesus Nazareno. Isso nos ajuda entender que precisamos estar sempre atentas/os, pois o que mais nos aprisiona e nos angustia ou nos traz sofrimento, etc. são situações que fazem parte do nosso conhecimento, nossos apegos, sobretudo, aos costumes quando costumamos afirmar: “sempre foi assim”. Jesus, ao ver aquele homem preso nas teorias que os escribas ensinavam sobre Deus, que separava puros de impuros, agraciados e malditos, Jesus o ajudou a sair daquela concepção alienante para uma vida de liberdade. Por isso as pessoas diziam: “É um ensinamento novo”!

A liberdade que Jesus nos oferece nasce da escuta atenta ao Pai, fiel à sua promessa de amor. Ele quis precisar de nós em seu plano de salvação da humanidade, por isso, continua chamando as pessoas para enviá-las em seu nome, assim como Moisés e várias outras.  

A nossa Paróquia se alegra com uma jovem atuante e presente na vida desta Comunidade. Ela que na liberdade do seu coração, deixou-se tocar por Deus para iniciar o seu caminho formativo na Vida Religiosa. Esta jovem é a Amanda. Ela, uma pessoa tão significativa nesta comunidade eclesial, está decidida a experimentar o mesmo modo de vida das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora. As Irmãs acolhem na casa de formação as jovens, que Deus chama e oferece a elas um tempo de preparação, para consagrarem suas vidas totalmente a Deus e ao serviço do Reino, e serem enviadas em missão.

Nas Constituições das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, nos números 21 e 22, diz assim: “A exemplo dos Fundadores, Padre Júlio Maria e Madre Beatriz, buscamos incansavelmente o Senhor e, atentas em nos desapegarmos de tudo, dispomos o coração para uma entrega total ao Espírito, que nos conduz à experiência de Deus. Pela oração, que nos enraíza cada vez mais em Deus, centralizamos nosso afeto no Senhor, o que dá um sentimento de plenitude e alegria à nossa consagração”. Servir na gratuidade, na liberdade, no respeito ao diferente, na alegria, na fidelidade ao Evangelho e à vocação que no batismo recebemos, de sermos profetas, sacerdotes e reis. Coloquemos no SIM de  Maria, nossa Mãe, o sim da Amanda para esta nova experiência em sua vida!

Refrão: Toda vocação vem de Deus/ e toda resposta só vem do amor/ toda missão é um jeito que Deus/ encontrou pra fazer a resposta valer este amor.

Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

 

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 


Queridas Irmãs/Irmãos, Amigas/Amigos, vocês que nos seguem nas redes sociais. Nossa gratidão!

Feliz Ano Novo!

Estamos ainda vivendo as alegrias do tempo natalino. O Menino sorri, anunciando ao mundo a sua chegada, trazendo neste sorriso, a leveza da vida, a esperança que acalanta, a concretização de um novo tempo.

E o Ano de 2020 anuncia a sua despedida.  Quanta experiência diferente! Quanta aprendizagem! Quanta dor e quanta expressão de amor. Até este momento, demos graças a Deus, pela vida que estamos conseguindo preservar e, nos solidarizemos com as inúmeras famílias e Congregações que perderam pessoas queridas, nesta pandemia.

Coloquemos fé num amanhã próximo! Que Deus nos sustente e nos abençoe e que Nossa Senhora da Eucaristia nos tome pela mão, conduzindo-nos.

Que 2021 seja um Ano abençoado para todas e todos!

Irmã Cacilda Mendes Peixoto, sdn

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 


Celebrar é tornar célebre aquilo que é importante

 

 

Com alegria e simplicidade celebramos, no dia 14 de novembro p.p., os 81 anos do Hospital Pe. Júlio Maria, em Manhumirim – MG.

 


Na capelinha desta casa, às 16h, um pequeno grupo, representando os funcionários, amigos, acompanhantes e as Irmãs Sacramentinas, se reuniu para dar graças a Deus que até aqui conduziu esta obra, sonhada pelo Pe. Júlio Maria De Lombaerde, para socorrer o povo da cidade de Manhumirim e região. Pe. Marcos Antonio Alencar Duarte, Sacramentino de Nossa Senhora, presidiu a celebração com carinho destacando em sua homília a importância do HPJM no acolhimento aos doentes e a necessidade de perseverar na oração para que os desafios que se apresentam a cada dia sejam superados. Porque Deus não abandona quem nele confia! Recordou também que essa celebração ficará na história, pois como um grande presente de aniversário, podemos contar agora com a Associação Amigos do Hospital Pe. Júlio Maria, que se fez presente e se comprometeu a somar forças nessa causa, a buscar junto à sociedade o apoio para o hospital.

 


Ao final da celebração, agradecidos e agradecidas, partimos o bolo, cantamos parabéns e posamos para a foto histórica da Associação Amigos do Hospital Pe. Júlio Maria. Até aqui o Senhor nos conduziu. E se Ele deve ser amado por Si mesmo, ele deve ser servido nos pobres. Continuamos contando com a sempre e poderosa intercessão do Servo de Deus Pe. Júlio Maria para continuarmos e enfrentando os muitos desafios que se apresentam a cada dia no desempenho da árdua missão de administrar este hospital em tempos tão difíceis, atendendo 90% SUS.

Que Nossa Senhora, dispensadora de todas as graças, seja nossa âncora, nesse mar agitado pela segunda onda da Covid.

Irmã Eva Maria Ribeiro, sdn

 

domingo, 15 de novembro de 2020

 

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33º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 15/11/2020

Queridos Irmãos e Irmãs,

A liturgia celebrada hoje nos desperta para três elementos importantes:

_O IV Dia Mundial dos Pobres. (Carta Apostólica Misericórdia et Misera, em 2016);

_Fazer frutificar o DOM que recebemos de Deus;

_O compromisso de elegermos nossos representantes municipais.

 

PRIMEIRA LEITURA – Livro dos Provérbios (31,10-13.19-20.30-31)

 

Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, [...] Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos. [...]. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor.

O autor sagrado nos apresenta uma mulher com características fundamentadas nos valores cristãos. Ele diz que ela é uma mulher atenciosa, atenta às necessidades da sua casa e dos outros, trabalhadora, honesta, feliz, esperançosa, enfim, uma pessoa comprometida com a vida. Isso nos remete a uma experiência familiar, onde o amor se faz presente. Aqui podemos entender que o autor está aproveitando desta “figura” da mulher, para falar da importância da sabedoria em nossa vida, ou seja, uma pessoa que dá conta de aplicar em sua vida a sabedoria que edifica sua vida e a vida das pessoas ao seu redor, ela ilumina nossa condição para o discernimento sobre aquilo que nos convém.

Evangelho  Mt 25,14-30

Jesus contou esta parábola a seus discípulos: Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um;
a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. O empregado que havia recebido cinco talentos trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois. Mas aquele que havia recebido um só escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel!
Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais’. Do mesmo modo o que havia recebido dois. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais’.  Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘fiquei com medo e escondi o teu talento no chão’. O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence. Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado’.

Jesus contou esta parábola não para amedrontar ninguém, mas para dizer que o Pai nos deu todos os seus bens. Nós temos a tendência em associar esses talentos com as nossas habilidades, nossos dons e até mesmo fazer comparações entre nós. Podemos até pensar assim, mas o que Jesus está nos revelando trata-se de algo muito mais profundo. Ele está nos ensinando que o talento maior é o amor, que o Pai nos deu gratuitamente, para que multiplicássemos esse dom entre nós, na construção de seu Reino. Pela prática do amor nós nos tornamos cada vez mais filhas e filhos do mesmo Pai, que primeiro nos amou.

Interessante a lógica de Deus, aqui representada pelo senhor que viajou. O elogio para aquele que recebeu cinco talentos e lucrou mais cinco é o mesmo elogio para quem recebeu dois. Isto confirma que para Deus, somos iguais. “O amor coloca-nos em tensão para a comunhão universal. Ninguém amadurece nem alcança a sua plenitude, isolando-se” (Fratelli Tutti, n. 95). “O mundo existe para todos, porque todos nós, seres humanos, nascemos nesta terra com a mesma dignidade” (Fratelli Tutti, n. 118). Assim, ao prestar um serviço à comunidade, fazendo frutificar nossos dons, nós crescemos na abertura a Deus, permitindo que Ele “atualize” em nós o que já nos foi dado.

O que seria esse servo mau e preguiçoso? Ele sabia da seriedade, do compromisso, das consequências e por isso, ficou com medo e enterrou o talento recebido. De fato, quando nós nos colocamos para servir à comunidade nos vários serviços, passamos pela experiência do medo, da insegurança, do desânimo, mas foi preciso arriscar. “Deus não escolhe pessoas capacitadas, mas capacita as escolhidas”. Em nossa abertura, Deus pode fazer tudo em nós, nos diz São Paulo na segunda leitura: Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. [...] sejamos vigilantes e sóbrios” (1 Ts 5,5-6).

Estas leituras de hoje nos apontam para uma resposta concreta ao Senhor, que nos confiou todos seus bens e espera pela nossa atitude de fazer frutificar esses bens/talentos, na construção do Reino. Neste sentido, o Papa Francisco está sempre nos alertando para o cuidado com a vida e, sobretudo, a vida dos mais vulneráveis. No encerramento do Jubileu da Misericórdia, em 2016 ele instituiu o  Dia Mundial dos Pobres. Este ano ele propôs o tema “Estende a tua mão ao pobre” (Sir 7, 32). Ele continua dizendo: “A pobreza assume sempre rostos diferentes, que exigem atenção a cada condição particular: em cada uma destas, podemos encontrar o Senhor Jesus, que revelou estar presente nos seus irmãos mais frágeis” (cf. Mt 25, 40). Dom Walmor e os Bispos auxiliares de Belo Horizonte, em sua mensagem pelo dia das eleições, disseram: “Precisamos estar atentos à acolhida e à inclusão das pessoas que, em crescente número, passam a morar nas ruas de nossas cidades. Também necessitamos, urgentemente, de políticas públicas que melhorem as condições de vida em aglomerados e nas comunidades mais pobres”. Pelo nosso voto podemos mudar este cenário!

Que a Palavra de Deus nos ilumine e nos dê a graça do discernimento para escolhermos bem nossos representantes municipais, visando sempre o bem comum. O Papa Francisco em sua Encíclica nos diz: “Na atividade política, é preciso recordar-se de que independentemente da aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afeto e a nossa dedicação. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida” (Fratelli Tutti, n. 195). Dom Orlando Brandes diz: “Votar é um ato de amor pátrio, é um direito, é próprio da democracia. Votar quer dizer exercer o poder que o povo tem de transformar a realidade”.

Sugestão - Oração ao Criador. Fratelli Tutti, Pg. 148.

Senhor e Pai da humanidade, que criastes todos os seres humanos com a mesma dignidade, infundi nos nossos corações um espírito fraterno. Inspirai-nos o sonho de um novo encontro, de diálogo, de justiça e de paz. Estimulai-nos a criar sociedades mais sadias e um mundo mais digno, sem fome, sem pobreza, sem violência, sem guerras.

Que o nosso coração se abra a todos os povos e nações da terra, para reconhecer o bem e a beleza
que semeastes em cada um deles, para estabelecer laços de unidade, de projetos comuns,
de esperanças compartilhadas. Amém!

Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

 


quarta-feira, 4 de novembro de 2020

 

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O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO

Comentário sobre o filme

O filme conta a história do menino Willian do Malawi – África, que enfrenta seus medos e não aceitação para salvar a vida do seu povo. Por seus pais não terem dinheiro para pagar a mensalidade da escola o garoto William, buscava após a aula em um monte de ferro velho algo para vender e conseguir ajudar seus pais na mensalidade, afinal estudar ainda era a forma de um futuro melhor. E como era de esperar com a destruição das arvores e a falta de água os moradores do Malawi, começaram a passar grandes dificuldades, pois nenhuma plantação conseguia desenvolver, começou a escassez de grãos para a alimentação, os animais começam a morrer e moradores começam a passar fome e abandonaram a região.  O filme mostra a natureza que aos poucos ia se  acabando e William acompanha todos os desafios de seus pais em meios aos sofrimentos ao ver seus vizinhos e parentes vender para o governo, aquilo que ainda era a esperança e a sustentabilidade da região, as árvores.

O olhar atento do garoto William, sua inteligência e busca incansável por acreditar que era possível devolver a vida aquele povo, ele inova naquela região algo que já existia em muitos lugares, busca o conhecimento e aproveitando das pequenas oportunidades ele se refugiava na biblioteca, aprimorando seu conhecimento sobre engenharia e o sistema de energia eólica, tornando isso a fonte de inspiração para concretização de seus sonhos.

Com coisas jogadas no lixo, junto com o que ele apreende na escola, em meios as dificuldades e desafios da seca e da fome, surge uma ideia inovadora, William, começo a dar vida a seu sonho procurando peças que o ajude de alguma forma, na construção do moinho de vento para assim tentar devolver a esperança ao seu povo. Com o vento forte que existe naquela região, junto com a força de construir algo, William quebra regras, luta contra o pai e é desafiado pelo próprio pai, para conseguir o que quer. William percorre a descoberta com olhar empreender, vai além com sua imaginação, busca a ajuda dos amigos, mostra que é possível, procura pelo pai, mostrando seu projeto arriscando pedir do pai sua bicicleta, único meio de transporte diante do calor, pobreza e seca. O pai não o compreende e o desafia a parar de brincar e ir trabalhar. William mesmo não encontrando ajuda, sendo abandonado, com inúmeras dificuldades, barrado, ameaçado ele não desiste de acreditar em seu potencial, sonhos de um olhar empreendedor que consegue ver a solução. 

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Com a busca e a luta incansável por seus sonhos e a seca sempre maior seu pai resolve dar o voto de confiança. E aquele povo começa a ajudar a colocar seu projeto em pratica. Devolvendo assim o verde aquela terra seca, a vida ao povo sedento, o brilho e sorriso do povo.

O Filme é muito inspirador e nos inspira a não nos cansarmos de lutar por aquilo que acreditamos que as nossas sedes não sejam de seca, mas de busca.  Ao ver o filme é possível se perguntar, como em um mundo tão desenvolvido, esta realidade ainda existe?  (Pobreza, seca, fome, morte, poder dominador, incoerência, falta de dialogo e partilha). O poder político, de forma desordenada é capaz de destruir o pouco de esperança que ainda há no povo!

Se a vida fosse realmente prioridade em um plano governamental, não existiriam tantas barragens trazendo risco, tantas barreiras para o ser humano mais pobre, tanta fome e dor.  Se ousássemos acreditar mais nas pessoas que buscam se doar em prol de projetos que visam a melhoria da sociedade o mundo teria outra rosto. Afinal, existem pessoas buscando sinal de vida e esperança para o seu povo.

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Irmã Julimar da Silva Leonardo, sdn

domingo, 27 de setembro de 2020

 

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 27/09/20

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A celebração deste domingo nos desperta para a salvação que Deus, incansavelmente nos oferece, por isso, nos enviou seu Filho, Jesus para que nos ensinasse a viver a verdadeira fé, que não está ligada apenas a cumprimento de ritos, leis ou crenças, mas sim, um modo de ser e de agir, segundo a justiça do Reino, que Ele inaugurou.

Na primeira Leitura Ez 18,25-28, vejamos o que diz o Senhor: A conduta do Senhor não é correta. Ouví, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá”.

O Profeta está falando para os exilados na Babilônia que pensavam estar pagando pelos erros das gerações passadas. Ezequiel não nega isso, mas também os ajuda a entender que a responsabilidade individual ou coletiva precisa ser assumida em busca de viver uma vida ajustada em Deus e não deslocar o compromisso dizendo que é “culpa” ou “vontade” de Deus que o sofrimento venha sobre a humanidade. O importante é tomar a vida nas mãos e dar um sentido novo a partir do perdão e da misericórdia de Deus, que sempre nos alcança com a sua ternura. “De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor! (Sl 24,7).

Paulo na Carta  aos Filipenses 2,1-11, nos apresenta dois grandes desafios, primeiro: assumir os mesmos sentimentos de Jesus “[...] Não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro. Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus”. Segundo: esvaziar de nós mesmas/osJesus Cristo, existindo em condição divina, [...] esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”.

Jesus desapegou-se da sua condição divina e nos revelou sua humanidade, para nos elevar em sua grandeza. Muitas vezes, nós temos a tendência de fazer o inverso do que fez Jesus.  O apego às coisas, lugares, costumes e pessoas é muito forte em nossa cultura. Como é difícil abrir mão daquilo que já conhecemos e que nos dá segurança! Aprendemos desde  criança que não podemos errar e por estas e outras razões, lutamos o tempo todo tentando esconder nossas fraquezas humanas para  mostrar a nossa “divindade”, ou seja, a nossa “perfeição”. “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! (Sl 24,4bc).

No Evangelho de Mateus 21,28-32, Jesus nos conta uma parábola para mostrar a importância da conversão e da obediência. Diz o texto: “Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: `Filho, vai trabalhar hoje na vinha!' O filho respondeu: `Não quero'. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: `Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?' 'O primeiro'”. Então Jesus lhes disse: “[...] os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. João veio e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele”.

Vamos entender e refletir o texto. Jesus está fazendo uma crítica aos sacerdotes e anciãos do povo, que se diziam serem os mais entendidos, os puros, os justos e que, aparentemente, faziam a vontade de Deus. Mas na prática estavam longe do projeto de Deus, que se pautava no praticar a justiça, a misericórdia, o amor. Aqui podemos entender a atitude do segundo filho, que disse ao pai que iria trabalhar na vinha, mas não foi.

Por outro lado, Jesus via que os pecadores, as prostitutas, os cobradores de impostos, ouviram a mensagem de João Batista e se converteram porque acreditaram nos seus ensinamentos. A metáfora do primeiro filho que disse não ir trabalhar na vinha, mas depois foi, representa essas pessoas que aparentemente, não estavam “nem aí” para as coisas de Deus, mas no seu interior eram profundamente transformadas pela conversão e a obediência a Deus, por meio dos ensinamentos de João Batista.

Queridos Irmãos e Irmãs, esta liturgia de hoje ajuda a nos apropriarmos da nossa vida como Dom de Deus confiado a nós, para revelar o seu Amor Misericordioso. Por isso é importante nos esvaziarmos de nós mesmas/os para que a vontade de Deus se cumpra em nós, mesmo que de vez em quando nos deparemos com a atitude do segundo filho: falamos uma coisa e fazemos outra, ou seja, nossas atitudes não acompanham nossas palavras. Mesmo assim, Deus não desiste de nós. “Pode a mãe esquecer do filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você” (Is 49,15b).

Internalizando a Palavra: meu modo de ser e de viver o Evangelho revela minha experiência de fé?

Jesus esvaziou-se de si mesmo assumindo a condição humana. O que esta frase me leva a dizer a Deus?

Pense nesta frase do Papa Francisco: “A vida é boa quando você está feliz; mas a vida é muito melhor quando os outros estão felizes por sua causa”.

Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

 



 

 

 

 

 


 



 

 

 

 

 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

 

SETEMBRO – OS CAMPOS SE REVESTEM DE AMARELO!

Setembro, mês bonito, das flores, da primavera quando a natureza se veste de verde, espalhando flores e Esperança por todo canto. Renova as forças e aguarda as chuvas. Tempo em que as aves constroem seus ninhos colocam seus ovos e esperam  os  filhotes, fazem suas algazarras com cantos alegres e alvissareiros.

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Contemplar esta maravilha vem ao nosso coração a P
alavra de Jesus: olhai os lírios do campo... olhai as aves do céu...(Mt 6,25 – 34) um convite a confiar na força da natureza, força que vem de Deus. Acreditar na Presença eficaz da Ação Divina em nós e nas voltas que o mundo dá.

Estendendo mais o olhar chega-se a novo convite: olhai os rostos das  pessoas, seus perfiz, seus semblantes, a esperança que carregam, o bem que realizam, os dons que trazem para compartilhar. Acolher as diferentes culturas, os diversos saberes, os novos conhecimentos. Olhar para nós mesmos/as e nos situarmos neste imenso Jardim de Deus. Quem somos? Vem a pergunta: o que somos? O que fazemos com nossos dons: os talentos do amor, do conhecimento que sou portador/a?   Saber e fazer. Conhecer e praticar – ser coerente. É exigente. É preciso sair de si mesmo e se colocar a servir, acolher e compartilhar. Ser com os outros.

De novo Jesus nos dá o ensinamento: ser fermento (Mt 13,33), transformar. Onde falta amor ser presença amorosa, cuidar da vida, da pessoa, da natureza. Demonstrar respeito, mesmo que custe renúncia, mudança de atitude, sacrifício e entrega.

Somos jardineiros e jardineiras  no grande canteiro  do Criador. ”Ter olhos para ver  e ouvidos  para ouvir o que Javé nos diz (Jer.5,21.  Apc. 2, 7.10-11.17.26.) É primavera na natureza e dentro de nós  também. O que vamos transformar  para atender nossa tarefa de jardinar e colaborar para que floresçam canteiros de Justiça,  jardins de  vida e esperança para toda pessoa.? Senhor, abre meus olhos para ver, meus ouvidos para ouvir  e minha disposição para chegar junto e ter ousadia para lutar por terra para todos, vida para todos, pois  os bens são para compartilhar, o amor, o carinho, o cuidado, o respeito são para dividir. E atento/a à sua Palavra nos atos dos Apóstolos “ Há mais felicidade em dar do que em receber” . Saiamos, no cotidiano da vida doando, compartilhando, solidarizando...e encontraremos felicidade para leva-la onde formos, como disse alguém: ”Felicidade não se consegue em algum lugar. Felicidade se leva para qualquer  lugar, porque ela está dentro de nós.”

Ver  Ez. 47, ...12...  // Gen. 1, 29...

BH,27/02/2020

Imã Maria Helena Brinati, sdn

 

domingo, 16 de agosto de 2020

 

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SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, 16/08/20

A Igreja hoje nos convida a contemplar o grande mistério da elevação “subida” de Maria ao céu a glória”, como também a “descida” de Maria, que se entregou totalmente a Deus para que se cumprisse nela a sua vontade. “Olhou para humildade de sua serva”. “O Rei se encantou com a vossa beleza” (Sl 44/45).

Junto a esta Festa de Nossa Senhora, celebramos também a Semana Nacional da Vida Consagrada, 16 a 22 de agosto, ou seja, uma semana de oração dedicada às Irmãs, Irmãos, Freis, Padres e outras formas de consagração. Este ano, em específico, a inspiração principal do mês vocacional está em sintonia com a Exortação Pós-Sinodal do Papa Francisco, Christus Vivit, homenageando todas as vocações no decorrer das semanas de agosto, com o tema: Amados e chamados por Deus. Lema: És precioso a meus olhos… Eu te amo” (cf Is 43,4). Vejamos o que nos diz o Papa: “Esta vocação missionária tem a ver com o nosso serviço aos outros. Com efeito, a nossa vida na terra atinge a sua plenitude quando se transforma em oferta [...] Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (Chv 254).

No Evangelho de hoje (Lc 1, 39-56), Lucas nos apresenta o encontro de duas mulheres que de maneira extraordinária experimentaram a força da Palavra de Deus, que fecundou Isabel, estéril, e Maria, virgem, prometida em casamento. Elas testemunham que para Deus nada é impossível! Ele precisa apenas da nossa abertura, permitindo que Ele seja Deus em nós.

Diz o texto que “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’ Então Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Poderoso fez grandes coisas em meu favor.  O seu nome é santo’”.

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Maria partiu depressa sem se preocupar com as montanhas e nem a distância. Para ela o importante era colocar-se a caminho ao encontro de sua prima que também carregava dentro de si, a graça da vida nova. Certamente Maria ficou tão perplexa depois do anúncio do Anjo, dizendo que ela seria a mãe do Filho de Deus, que somente uma pessoa na mesma situação poderia compreendê-la. Imagine que encontro fecundo daquelas duas mulheres, uma bem jovem e a outra já de idade avançada, mas com a mesma experiência de uma fé profunda! Também nós quando experimentamos o auge da felicidade, a primeira atitude é contar para as pessoas amigas, ou seja, parece que não “cabemos” dentro de nós mesmas/os e precisamos compartilhar com alguém!

O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950. Depois de sua peregrinação terrestre, Maria foi elevada ao céu de corpo e alma, após a sua morte, pela Graça de Deus. Ela antecipou a promessa que o Senhor nos fez, a ressurreição. Esta solenidade nos remete a elevar nossos olhos para o alto, na contemplação do mistério da glória, mas também, como Maria, manter nossos pés ligados à realidade dos pequenos, excluídos e humilhados. Enfim, Maria fez de sua vida inteira uma “teofania” – Nela Deus se revelou como Salvador da humanidade. Subir implica primeiro uma descida para um despojamento profundo, um “Faça-se em mim, segundo a tua Palavra”. O caminho que nos leva a uma descida fecunda, geradora de vida, está no dinamismo do serviço. Podemos nos perguntar: a nossa vida - nossa vocação está a serviço de quem?

“Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre”. Celebrando hoje o dom da vocação à Vida Consagrada, esta expressão de Isabel nos faz uma provocação, pois nós, consagradas e consagrados, carregamos dentro de nós a força capaz de comover as pessoas desde as suas entranhas, ou seja, no mais profundo de si mesmas. Pelo nosso testemunho em comunidade, precisamos provocar transformações necessárias para uma vida fecunda e integrada, como nos motiva o Papa Francisco em sua Carta Encíclica - Laudato Si.

Nós, Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, temos no mundo o compromisso de viver e testemunhar o amor à Eucaristia e à Maria, no serviço ao povo, especialmente à infância e à juventude e, na unidade, construir a comunhão. Sabemos que não é fácil transformar tudo isso em gestos concretos, mas jamais podemos perder de vista a dimensão do serviço, a oblatividade e a mística na oração. Para que o nosso testemunho toque a vida das pessoas, primeiramente, precisamos nos colocar como Maria, numa atitude de escuta atenta à vontade de Deus em nossa vida. É o que temos vivenciado, de forma simples, junto às pessoas na missão.

Que esta Festa de hoje nos desperte a olhar para Maria, com esperança de podermos alcançar a plenitude de vida, assim como ela alcançou, pela disposição de deixar que Deus cumprisse nela a sua vontade. “Que a graça de Deus cresça em nós sem cessar, e de Ti, nosso Pai, venha o Espírito Santo de amor, pra gerar e formar Cristo em nós”!

Sugestão: Se possível, rezar um terço em família ou individual por todas as vocações.

Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

 

CARISMA SACRAMENTINO

O que é carisma? Qual a diferença entre carisma e espiritualidade? Como tornar visível o carisma?

Cada família tem uma característica particular, tanto no aspecto genético quanto cultural e social. Da mesma forma as congregações, que podemos entender como famílias religiosas.

Fazendo uma comparação com os termos da biologia, vamos pensar no genótipo e fenótipo[1].

O genótipo de uma pessoa é a herança genética que recebeu de seus pais, um conjunto de genes que determina toda sua estrutura, que o tornam exatamente como é. O genótipo está na origem de nossas características. A própria palavra genótipo significa isto: característica de origem. E é imutável. Como exemplo podemos citar o par de cromossomos sexuais que define o sexo de uma pessoa.

O fenótipo é o conjunto de características externas: morfológicas, físicas, comportamentais, que em grande parte podem ser vistas, percebidas. A cor dos olhos, da pele, o tipo de cabelo, o formato do nariz, por exemplo.  Elas podem sofrer influência do meio. A palavra fenótipo significa característica evidente, brilhante.

Voltemos ao conceito de carisma. O carisma de uma congregação é seu genótipo, sua informação genética que define um jeito de ser e de viver sua missão. O fenótipo é a maneira como tornamos esse carisma evidente e pode sofrer alterações ao longo da história pelas circunstâncias do tempo e lugar.

A palavra carisma tem origem no grego kharisma e significa dom. O carisma é um dom do Espírito. Na carta aos Coríntios, no capítulo 12, São Paulo afirma que “existem diferentes dons, mas o Espírito é o mesmo. (...) A cada um é concedida a manifestação do Espírito para o bem comum” (I Cor 12, 4;7). Desta forma, cada Congregação, a partir do seu carisma, manifesta um jeito próprio de viver sua consagração a Deus, o seguimento a Jesus Cristo.

Carisma, espiritualidade e missão são elementos constitutivos de uma Congregação. Embora distintos, estão inter-relacionados, sendo difícil refletir sobre um aspecto sem mencionar os demais.

O carisma é um legado dos fundadores. Inspirados por Deus deixaram-se mover pelo Espírito e manifestam seu carisma de uma forma específica, cativando outras pessoas para assumirem determinada missão. O carisma começa com os fundadores e continua através dos membros da Congregação que o desenvolvem a partir de seus próprios dons, buscando responder aos apelos do momento atual. Assim se atualiza e se perpetua o carisma fundacional.

A espiritualidade é o combustível que mantem acesa a chama do carisma. É como a água que regou as plantas. Quando olhamos o solo geralmente não vemos a água, mas sabemos da sua presença pelo aspecto da planta, pela sua vitalidade, pelas flores e fruto que produz. 

Já a missão é a expressão do carisma, alimentado pela espiritualidade. É a manifestação de nossa identidade, de nosso rosto congregacional, nossa marca.

Compreendidos estes conceitos, vamos voltar nosso olhar para Jesus. Ele tem características, uma personalidade que encanta e atrai milhares de pessoas ao longo dos séculos. 

O Pe. Zezinho, em uma de suas conhecidas canções, afirma que o segredo para ser feliz é amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu... sentir, sorrir, enfim, seguir Jesus.

As congregações são grupos de pessoas que, encantadas por Jesus desejaram viver algum aspecto específico de sua vida, por exemplo: a compaixão, a misericórdia, a pobreza, o cuidado aos enfermos, a acolhida aos marginalizados etc. E nós Sacramentinas?

Como Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, a partir do legado de nossos fundadores, assumimos como nosso compromisso:

Viver e testemunhar o amor à Eucaristia e à Maria, no serviço ao povo, especialmente à infância e à juventude e, na unidade, construir comunhão (Const. n. 4).

Os dois elementos fundamentais do nosso carisma são: Eucaristia e Maria. A partir deles há inúmeros desdobramentos.

Eucaristia nos remete à comunhão, unidade, partilha, entrega, sacrifício, doação, gratuidade, serviço...

Maria nos ensina a presteza em servir, presença solidária, sensibilidade com os que mais sofrem, ser voz dos pobres e pequenos, serviço na gratuidade, discipulado...

Pe. Júlio Maria quis que vivêssemos a Eucaristia, elemento central de nossa fé cristã, do jeito de Maria. Ele nos legou um carisma essencialmente missionário-eucarístico-mariano. E é algo muito exigente: Viver a Eucaristia é fazer da vida uma oferta como a de Jesus: tomado, partido, dado para a vida do mundo. Ser pão gostoso para alimentar as fomes. É atender hoje o convite de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6, 37).

E a partir desta reflexão podemos nos perguntar:

Ø  Quais são os meus dons? Como posso colocá-los a serviço da vida?

Ø  O povo tem fome de Deus. Como posso responder aos clamores e apelos do contexto atual?


[1] A palavra fenótipo tem origem no grego pheno, cujo significado é “evidente” ou “brilhante”, e em typos, que significa “característica”. Já o termo genótipo originou-se de genos, com sentido próximo de “originar”, e typos, ou seja, aquilo que é “característico”.

                                                                                                                                                Irmã Renata Mago, sdn