A arte de nos deixarmos “vocacionar” por Deus através dos clamores...
“Eu vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi os seus clamores contra seus opressores, e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo...” (Ex 3, 7 – 10).
A vocação cristã nos desperta para uma sensibilidade maior para com as pessoas e, sobretudo para com os excluídos, segundo aos ensinamentos de Jesus. “Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10, 6).
Como pessoas de fé, podemos nos perguntar: a experiência que fazemos de Jesus tem nos levado a uma atitude de escuta? Escutar bem significa ver, acolher e, numa atitude de compaixão, lutar por uma vida digna. No Reino a que Jesus veio inaugurar, todas/os são consideradas/os Filhas e Filhos do mesmo Pai. Então, podemos nos perguntar novamente: assumimos de fato, que somos irmãs/os? Quem nos vê, ‘vê o Pai’?
Parece não ter muito sentido, quando falamos das vocações. Mas, só quando entendemos a proposta de Jesus através dos evangelhos e dos vários clamores ao nosso redor, então, nos deparamos com a grandiosidade da messe e a nossa pequenez!
Através das vocações Deus realiza em nós e por nós, sua promessa de cuidar, curar, libertar..., por isso, nem todas/os são chamada/os a viverem a mesma vocação e nem são agraciadas/os com os mesmos talentos. Nossa grande arte é entendermos isto e acertar bem o nosso lugar na sociedade - faço o quê? Na Igreja - vivo como? Por estas duas vias é que nos realizamos como pessoa.
Fazemos parte de um mundo em constante busca: da felicidade, do prazer, do status social, enfim, de algo que nos realize. Meio a tantas buscas, vale apena lembrar que só Deus pode plenificar nossa vida, se de fato nos colocarmos à caminho. “Sai da tua terra, do meio de teus parentes, da casa de teu pai, e vai para a terra que eu vou te mostrar." (Gn.12,1).
