Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

sábado, 20 de junho de 2020

             A MÍSTICA DO INSTANTE - SÍNTESE

Amanda é uma jovem da Paróquia Santa Cruz, a qual pertencemos também, é uma das coordenadoras da Pastoral da Juventude. No contato conosco,  conheceu o Livro: A Mística do Instante. Desejou ler esse livro e fez uma síntese. Está compartilhando em nosso blog apenas uma parte de sua síntese, para não se alongar muito na leitura. Vejamos:
A “Mística do instante” é um livro dividido em duas partes, quais sejam: “Para uma espiritualidade do tempo presente” e “Para uma Teologia dos Sentidos”, que é subdividido em: “Tocar o que nos escapa”, “Buscar o infinito sabor”, “Colher o perfume do instante”, “Escutar a melodia do presente” e “Olhar a porta entreaberta do instante”.
Imagem da Internet
E o que é escutar? Não é apenas recolher um discurso sonoro. “Antes de tudo, é atitude, é inclinar-se para o outro, é disponibilidade para acolher o dito e o não dito, o entusiasmo da história ou o seu avesso, a sua dor”. É ouvir com o coração. É se colocar aos pés do Senhor, como Maria, irmã de Lázaro, para ouvi-lo (Lc 10, 39).

Esta escuta, atenta, exige treino, hábito, atitude de permanência. Assim como Samuel (1Sm 3, 1-19), devemos ter uma disposição de coração para escutar o inaudível. Devemos ter o coração aberto para aprender a arte da escuta! “Tudo aquilo que escutamos, mas verdadeiramente tudo, deve ser apenas a preparação para a escuta do que permanece em silêncio”, como nos mostra 1Rs 19, 11-13. A arte da escuta é exercício de resistência e prontidão.
No Evangelho que narra o batismo (Mc 1, 10; Mt 3, 17) e a transfiguração de Jesus (Mc 9, 7; Mt 17, 5; Lc 9, 35) percebemos a importância da escuta. O autor afirma que a escuta é a “experiência que vai arrancar do coração dos discípulos o escândalo da cruz” e que “não há fé que não nasça da escuta, de uma escuta profunda, de uma escuta até o fim”. E confirma “é necessária uma escuta que torne presente Jesus em todo o seu projeto e destino”, como aquele que, semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a rocha, escuta sua palavra e a põe em prática (Lc 6, 47-49).
O enraizamento na escuta nos faz compreender que a opção de seguir Jesus não nos livra do sofrimento, mas nos dá a capacidade de viver este sofrimento na confiança, sendo obedientes, como o próprio Jesus (Fl 2, 8). “Quem tem ouvidos, ouça!” (Mt, 11, 15). Essa escuta se dá pelo Espírito Santo que nos habita e se revela no íntimo do nosso ser por meio do silêncio e despojamento interior. Sejamos como Maria que, guardava todas as coisas, meditando-as em seu coração (Lc 2, 19). “Portanto, a fé vem  daquilo que ouvimos, e o que ouvimos vem por meio da palavra de Cristo” (Rm 10, 17).
A fé também é uma experiência de exterioridade. O que vemos quando vemos? Tudo deve ser relevante, nada é insignificante. “Deus habita o detalhe”. Voltamos ao Salmo 139/138: “Javé, tu me sondas e me conheces. Tu conheces quando me sento e quando me levanto, e discernes de longe meus pensamentos. Por dispersos que sejam meu caminhar e meu descansar, todos os meus caminhos te são familiares”.

No olhar de Jesus encontramos a misericórdia e o amor de Deus (Lc 19, 5; 15, 20). “A verdade é que nós não poderíamos acompanhar se ele não nos estendesse sua mão e nos permitisse um encontro de intimidade”. Jesus, assim como fez com o cego de Betsaida (Mc 8, 22-26) também pode corrigir o nosso olhar para passarmos a ver com nitidez. Mas, para isso, precisamos confiar Nele. “Cristo é o terapeuta do olhar. Estende-nos a ponte para passarmos do ver ao contemplar e do simples olhar à visão da fé”.
Apuremos, purifiquemos nossos sentidos! A santidade encontra-se no interior das nossas fraquezas ou tentações, quando diante de momentos difíceis, transforma instantes em oportunidades. “Ela não está apenas à nossa espera, quando nós ultrapassarmos a nossa fraqueza, mas no momento mesmo em que somos fracos e continuamos perto da santidade”. Este caminho de conversão também é um caminho de aceitação e de reparação. “Precisamos adquirir o colírio, o próprio Jesus, para recuperar a vista”. Que possamos alcançar a graça de contemplar a Criação e as criaturas pelos olhos de Deus: “E Deus viu que era bom” (Gn 1). Amém!
Amanda Dutra de Rezende Antunes
17 de junho de 2020.
MENDONÇA, José Tolentino. A Mística do Instante: o tempo e a promessa, São Paulo, Paulinas, 2016.


segunda-feira, 1 de junho de 2020

O SENTIDO DA MÃE NA IGREJA

Nossa Senhora da Misericórdia”, de Domenico Ghirlandaio, Igreja de Todos os Santos, Florença 


Na primeira segunda-feira após Pentecostes, a Igreja celebra a memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, um título que tem raízes profundas, e que foi inserido no Calendário Litúrgico em 2018, por desejo do Papa Francisco.
Nesta Solenidade, elevemos “nosso pensamento a Maria. Ela estava lá, com os apóstolos, quando veio o Espírito Santo, protagonista com a primeira comunidade da admirável experiência de Pentecostes, e rezemos a ela para que obtenha para a Igreja o ardente espírito missionário".

Nestas palavras proferidas no domingo no Regina Coeli, quando reencontrou os fiéis na Praça de São Pedro, o Papa Francisco enfatizou a estreita ligação entre o Espírito e Maria, entre a Solenidade do Pentecostes, portanto, e a memória de hoje da Bem-aventurada Virgem Maria Mãe da Igreja.

O Espírito Santo é a alma da Igreja e Maria sua esposa. A Igreja é o corpo místico de Cristo, Maria é a Mãe de Jesus que ele mesmo confia no alto da Cruz, a João, confiando ao mesmo tempo o apóstolo a Maria.

O decreto que instituiu a memória que a Igreja celebra hoje

A memória que é celebrada nesta segunda-feira foi inserida no Calendário Romano em 21 de maio de 2018, por desejo do Papa Francisco.


No Decreto "Ecclesia Mater" da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, divulgado em 3 de março de 2018, mas com data de 11 de fevereiro de 2018, fica estabelecido que a recorrência seja celebrada na segunda-feira após Pentecostes, com o objetivo de "favorecer o crescimento do senso materno da Igreja nos pastores, religiosos e fiéis, bem como da genuína piedade mariana".

"Esta celebração nos ajudará a recordar que, para crescer, a vida cristã deve estar ancorada ao mistério da Cruz, à oblação de Cristo no banquete Eucarístico, a Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos remidos”, lê-se no documento. De fato, a união de Maria com Cristo culmina na hora da Cruz, quando Maria acolhe a vontade do Filho e aceita, num certo sentido perdendo-o, de se tornar Mãe de toda a humanidade.
A maternidade de Maria e a maternidade da Igreja

"Todas as palavras de Nossa Senhora são palavras de mãe", desde o momento da "Anunciação até o fim, ela é mãe". O Papa Francisco o havia dito na Casa Santa Marta, na primeira Missa celebrada em memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, em 21 de maio de 2018.  E explicava como os Padres da Igreja haviam entendido que a maternidade de Maria era a maternidade da Igreja.

Ao salientar a dimensão feminina da Igreja e também a importância da mulher, afirmou: "Sem a mulher a Igreja não vai em frente, porque ela é mulher, e essa atitude da mulher vem de Maria, porque Jesus assim o desejou".

Naquela ocasião, Francisco indicou a ternura como aquela atitude materna que deve distinguir a Igreja, acrescentando: "também uma alma, uma pessoa que vive essa pertença à Igreja, sabendo que também é mãe, deve seguir o mesmo caminho: uma pessoa mansa, humilde, terna, sorridente, cheia de amor”.

As raízes profundas do título de Maria Mãe da Igreja

Se o título de Maria Mãe da Igreja tem raízes nos primeiros tempos do cristianismo - e já está presente no pensamento de Santo Agostinho e São Leão Magno, no Credo de Nicéia de 325, e já os Padres do Concílio de Éfeso (430) haviam definido Maria como "verdadeira mãe de Deus" - ele retorna ao Magistério de Bento XIV e Leão XIII.

Mas foi o Papa Paulo VI, no final da terceira sessão do Concílio Vaticano II, em 21 de novembro de 1964, a declarar a Bem-Aventurada Virgem "Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos pastores que a chamam de Mãe amantíssima".

Mais tarde, em 1980, João Paulo II inseriu nas Ladainhas Lauretanas a veneração a Nossa Senhora como Mãe da Igreja, até chegar o Decreto desejado pelo Papa Francisco que, na memória de um ano atrás, em 10 de junho de 2019, escreveu em um tweet que continua atual: "Maria, mãe da Igreja, ajuda-nos a entregar-nos plenamente a Jesus, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e de cruz, quando nossa fé é chamada a amadurecer”.
Adriana Masotti - Cidade do Vaticano