Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

domingo, 16 de agosto de 2020

 

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SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA, 16/08/20

A Igreja hoje nos convida a contemplar o grande mistério da elevação “subida” de Maria ao céu a glória”, como também a “descida” de Maria, que se entregou totalmente a Deus para que se cumprisse nela a sua vontade. “Olhou para humildade de sua serva”. “O Rei se encantou com a vossa beleza” (Sl 44/45).

Junto a esta Festa de Nossa Senhora, celebramos também a Semana Nacional da Vida Consagrada, 16 a 22 de agosto, ou seja, uma semana de oração dedicada às Irmãs, Irmãos, Freis, Padres e outras formas de consagração. Este ano, em específico, a inspiração principal do mês vocacional está em sintonia com a Exortação Pós-Sinodal do Papa Francisco, Christus Vivit, homenageando todas as vocações no decorrer das semanas de agosto, com o tema: Amados e chamados por Deus. Lema: És precioso a meus olhos… Eu te amo” (cf Is 43,4). Vejamos o que nos diz o Papa: “Esta vocação missionária tem a ver com o nosso serviço aos outros. Com efeito, a nossa vida na terra atinge a sua plenitude quando se transforma em oferta [...] Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo” (Chv 254).

No Evangelho de hoje (Lc 1, 39-56), Lucas nos apresenta o encontro de duas mulheres que de maneira extraordinária experimentaram a força da Palavra de Deus, que fecundou Isabel, estéril, e Maria, virgem, prometida em casamento. Elas testemunham que para Deus nada é impossível! Ele precisa apenas da nossa abertura, permitindo que Ele seja Deus em nós.

Diz o texto que “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!’ Então Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. O Poderoso fez grandes coisas em meu favor.  O seu nome é santo’”.

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Maria partiu depressa sem se preocupar com as montanhas e nem a distância. Para ela o importante era colocar-se a caminho ao encontro de sua prima que também carregava dentro de si, a graça da vida nova. Certamente Maria ficou tão perplexa depois do anúncio do Anjo, dizendo que ela seria a mãe do Filho de Deus, que somente uma pessoa na mesma situação poderia compreendê-la. Imagine que encontro fecundo daquelas duas mulheres, uma bem jovem e a outra já de idade avançada, mas com a mesma experiência de uma fé profunda! Também nós quando experimentamos o auge da felicidade, a primeira atitude é contar para as pessoas amigas, ou seja, parece que não “cabemos” dentro de nós mesmas/os e precisamos compartilhar com alguém!

O Dogma da Assunção da Virgem Santíssima foi proclamado, solenemente, pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950. Depois de sua peregrinação terrestre, Maria foi elevada ao céu de corpo e alma, após a sua morte, pela Graça de Deus. Ela antecipou a promessa que o Senhor nos fez, a ressurreição. Esta solenidade nos remete a elevar nossos olhos para o alto, na contemplação do mistério da glória, mas também, como Maria, manter nossos pés ligados à realidade dos pequenos, excluídos e humilhados. Enfim, Maria fez de sua vida inteira uma “teofania” – Nela Deus se revelou como Salvador da humanidade. Subir implica primeiro uma descida para um despojamento profundo, um “Faça-se em mim, segundo a tua Palavra”. O caminho que nos leva a uma descida fecunda, geradora de vida, está no dinamismo do serviço. Podemos nos perguntar: a nossa vida - nossa vocação está a serviço de quem?

“Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre”. Celebrando hoje o dom da vocação à Vida Consagrada, esta expressão de Isabel nos faz uma provocação, pois nós, consagradas e consagrados, carregamos dentro de nós a força capaz de comover as pessoas desde as suas entranhas, ou seja, no mais profundo de si mesmas. Pelo nosso testemunho em comunidade, precisamos provocar transformações necessárias para uma vida fecunda e integrada, como nos motiva o Papa Francisco em sua Carta Encíclica - Laudato Si.

Nós, Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, temos no mundo o compromisso de viver e testemunhar o amor à Eucaristia e à Maria, no serviço ao povo, especialmente à infância e à juventude e, na unidade, construir a comunhão. Sabemos que não é fácil transformar tudo isso em gestos concretos, mas jamais podemos perder de vista a dimensão do serviço, a oblatividade e a mística na oração. Para que o nosso testemunho toque a vida das pessoas, primeiramente, precisamos nos colocar como Maria, numa atitude de escuta atenta à vontade de Deus em nossa vida. É o que temos vivenciado, de forma simples, junto às pessoas na missão.

Que esta Festa de hoje nos desperte a olhar para Maria, com esperança de podermos alcançar a plenitude de vida, assim como ela alcançou, pela disposição de deixar que Deus cumprisse nela a sua vontade. “Que a graça de Deus cresça em nós sem cessar, e de Ti, nosso Pai, venha o Espírito Santo de amor, pra gerar e formar Cristo em nós”!

Sugestão: Se possível, rezar um terço em família ou individual por todas as vocações.

Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

 

CARISMA SACRAMENTINO

O que é carisma? Qual a diferença entre carisma e espiritualidade? Como tornar visível o carisma?

Cada família tem uma característica particular, tanto no aspecto genético quanto cultural e social. Da mesma forma as congregações, que podemos entender como famílias religiosas.

Fazendo uma comparação com os termos da biologia, vamos pensar no genótipo e fenótipo[1].

O genótipo de uma pessoa é a herança genética que recebeu de seus pais, um conjunto de genes que determina toda sua estrutura, que o tornam exatamente como é. O genótipo está na origem de nossas características. A própria palavra genótipo significa isto: característica de origem. E é imutável. Como exemplo podemos citar o par de cromossomos sexuais que define o sexo de uma pessoa.

O fenótipo é o conjunto de características externas: morfológicas, físicas, comportamentais, que em grande parte podem ser vistas, percebidas. A cor dos olhos, da pele, o tipo de cabelo, o formato do nariz, por exemplo.  Elas podem sofrer influência do meio. A palavra fenótipo significa característica evidente, brilhante.

Voltemos ao conceito de carisma. O carisma de uma congregação é seu genótipo, sua informação genética que define um jeito de ser e de viver sua missão. O fenótipo é a maneira como tornamos esse carisma evidente e pode sofrer alterações ao longo da história pelas circunstâncias do tempo e lugar.

A palavra carisma tem origem no grego kharisma e significa dom. O carisma é um dom do Espírito. Na carta aos Coríntios, no capítulo 12, São Paulo afirma que “existem diferentes dons, mas o Espírito é o mesmo. (...) A cada um é concedida a manifestação do Espírito para o bem comum” (I Cor 12, 4;7). Desta forma, cada Congregação, a partir do seu carisma, manifesta um jeito próprio de viver sua consagração a Deus, o seguimento a Jesus Cristo.

Carisma, espiritualidade e missão são elementos constitutivos de uma Congregação. Embora distintos, estão inter-relacionados, sendo difícil refletir sobre um aspecto sem mencionar os demais.

O carisma é um legado dos fundadores. Inspirados por Deus deixaram-se mover pelo Espírito e manifestam seu carisma de uma forma específica, cativando outras pessoas para assumirem determinada missão. O carisma começa com os fundadores e continua através dos membros da Congregação que o desenvolvem a partir de seus próprios dons, buscando responder aos apelos do momento atual. Assim se atualiza e se perpetua o carisma fundacional.

A espiritualidade é o combustível que mantem acesa a chama do carisma. É como a água que regou as plantas. Quando olhamos o solo geralmente não vemos a água, mas sabemos da sua presença pelo aspecto da planta, pela sua vitalidade, pelas flores e fruto que produz. 

Já a missão é a expressão do carisma, alimentado pela espiritualidade. É a manifestação de nossa identidade, de nosso rosto congregacional, nossa marca.

Compreendidos estes conceitos, vamos voltar nosso olhar para Jesus. Ele tem características, uma personalidade que encanta e atrai milhares de pessoas ao longo dos séculos. 

O Pe. Zezinho, em uma de suas conhecidas canções, afirma que o segredo para ser feliz é amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu... sentir, sorrir, enfim, seguir Jesus.

As congregações são grupos de pessoas que, encantadas por Jesus desejaram viver algum aspecto específico de sua vida, por exemplo: a compaixão, a misericórdia, a pobreza, o cuidado aos enfermos, a acolhida aos marginalizados etc. E nós Sacramentinas?

Como Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, a partir do legado de nossos fundadores, assumimos como nosso compromisso:

Viver e testemunhar o amor à Eucaristia e à Maria, no serviço ao povo, especialmente à infância e à juventude e, na unidade, construir comunhão (Const. n. 4).

Os dois elementos fundamentais do nosso carisma são: Eucaristia e Maria. A partir deles há inúmeros desdobramentos.

Eucaristia nos remete à comunhão, unidade, partilha, entrega, sacrifício, doação, gratuidade, serviço...

Maria nos ensina a presteza em servir, presença solidária, sensibilidade com os que mais sofrem, ser voz dos pobres e pequenos, serviço na gratuidade, discipulado...

Pe. Júlio Maria quis que vivêssemos a Eucaristia, elemento central de nossa fé cristã, do jeito de Maria. Ele nos legou um carisma essencialmente missionário-eucarístico-mariano. E é algo muito exigente: Viver a Eucaristia é fazer da vida uma oferta como a de Jesus: tomado, partido, dado para a vida do mundo. Ser pão gostoso para alimentar as fomes. É atender hoje o convite de Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6, 37).

E a partir desta reflexão podemos nos perguntar:

Ø  Quais são os meus dons? Como posso colocá-los a serviço da vida?

Ø  O povo tem fome de Deus. Como posso responder aos clamores e apelos do contexto atual?


[1] A palavra fenótipo tem origem no grego pheno, cujo significado é “evidente” ou “brilhante”, e em typos, que significa “característica”. Já o termo genótipo originou-se de genos, com sentido próximo de “originar”, e typos, ou seja, aquilo que é “característico”.

                                                                                                                                                Irmã Renata Mago, sdn

domingo, 2 de agosto de 2020


Sou Danielle Samanta, formanda das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora e através desse texto, quero partilhar um pouco como está sendo esse tempo de pandemia para mim.

Como eu queria está escrevendo como foram as minhas férias de julho, mas esse ano infelizmente, por conta da pandemia do covid 19, não foi possível. Se eu estivesse escrevendo esse texto para reclamar desse momento tão difícil que estamos vivenciando, seria hipocrisia minha. Mesmo sendo difícil, quanta coisa já vivenciei e realizei juntamente com a minha comunidade de formação! Dediquei-me mais a oração, a vivência comunitária,  os estudos e a minha formação pessoal, na descoberta e no conhecimento de mim mesma, a cada dia mais.

Gratidão por realmente ter uma casa e uma comunidade que me acolhe, por não me faltar nada e por verdadeiramente me sentir feliz e segura, mesmo em meio a esse momento tão difícil.


Resumindo principalmente minha formação pessoal nesse tempo da pandemia, posso dizer que quando eu voltar com as minhas atividades não serei a mesma, com certeza, mudei muito, procurando a cada dia ser melhor e mais segura de mim mesma e saber verdadeiramente quem sou eu. ‘Aquele que me chamou me sustenta’ e me conduz mesmo nos momentos que para muitos não há esperança.

Danielle Samanta, Pré-Noviça