Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

DISCERNIMENTO

ENCONTRO COM JOVENS
Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Alto Jequitibá, MG.
Desde o início deste ano os jovens vêm se encontrando mensalmente para trabalhar um tema específico e no dia 25 de agosto, as Irmãs Solange e Cidinha, trabalharam o tema: vocação, discernimento e projeto de vida. Era um grupo de 60 moças e rapazes.
VOCAÇÃO = CHAMADO DE DEUS. MISSÃO = RESPOSTA AO CHAMADO.
Vivemos tempos difíceis e também exigentes no que se refere à esta resposta ao chamado de Deus. A resposta ao chamado de Deus exige entrar na dinâmica do Bom Samaritano, que nos dá o imperativo de nos fazer próximos... Romper com os preconceitos...
É preciso fazer discípulos, gente apaixonada por Jesus; gente que aposta nele, fazendo por sua vez, outros discípulos: discípulos e missionários!
O discipulado nasce de um profundo encontro com Cristo Vivo e se caracteriza pelo acolhimento e meditação da Palavra de Deus, pela pertença à comunidade dos discípulos, pela oração pessoal e comunitária, pela atenção aos pobres e excluídos, com os quais Jesus quis se identificar.
DISCERNIMENTO
Discernimento na linguagem corrente é a capacidade de compreender situações complexas e de avaliar com bom senso e clareza, as atitudes mais convenientes a serem tomadas. Na linguagem espiritual, discernimento é a arte de perceber o que vem de Deus e qual caminho seguir para estar de acordo com a sua Palavra e agir segundo o seu Espírito.
Para Rupnik, o discernimento compreende a arte de corresponder a sede de amor e felicidade que anima o coração de todo ser humano. Todo discernimento requer uma atitude de oração e silêncio interior. É pelo silêncio orante que a pessoa identifica os sinais do chamado de Deus e chega a uma decisão madura da sua vocação. 

Critérios para o discernimento
  • Mudança de coração (de um coração de pedra em um coração de carne (Ez 36);
  • Sensibilidade (perceber que existe o outro – Isso não é fácil);
  • Solidariedade (perceber o que falta para o outro).
Questionar-se: Quem são meus amigas/os? Sou capaz de fazer amizade com os mais pobres e carentes da sociedade?
Para que haja um correto discernimento vocacional é necessário: Ter um projeto de vida centrado em valores absolutos e não em satisfações imediatas (corremos risco o tempo todo de nos contentarmos com as migalhas e dispensarmos o Banquete). Um projeto de vida comprometido com Deus e com os irmãos. Que a/o liberte das ansiedades, dos complexos, dependências, fantasias, inseguranças e conformismos.
Um projeto de vida ajuda a pessoa:
  • Aceitar as frustrações sem deixar-se levar pela impulsividade;
  • Acolher e trabalhar os conflitos sem cair em depressão duradoura;
  • Não buscar satisfações imediatas;
  • Se alegrar com os êxitos pessoais e dos outros, sem desequilibrar-se emocionalmente;
  • Não necessitar obsessivamente de afeto e carinho;
  • Se realizar mediante a renúncia em favor das pessoas.
Discernir não compreende uma atitude imediata e sim processual, dialogal. Isto é, colocar-se numa atitude de escuta profunda e permanente daquilo que Deus me pede através do seguimento de Jesus.
A vida humana só tem sentido se ela for pautada por valores e não por necessidades.
Exemplificando: Somos seres de necessidades (fisiológicas, de segurança, amor, afeto, confiança, respeito do outro, realização pessoal...), mas a pessoa não se satisfaz somente pela resposta às necessidades.
Somos ainda, seres portadores de valores como: honestidade, amor ao próximo, respeito, ética, moral, cidadania, desapego, humildade, compaixão, companheirismo, sensibilidade, amor...
 É comum, encontrar pessoas querendo discernir pelas necessidades esquecendo-se dos valores. Fator gerador de muitas frustrações e enganos.
Fonte: Doc. de Aparecida, Marko Ivan Rupnik – O Discernimento
Juan Carlos Martos - Animação Vocacional para Tempos Difíceis e Exigentes.

Irmãs: Maria Aparecida Rosa e Solange Pereira Barros - sdn



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ESTUDO BÍBLICO

                                                                  

          
  Nos dias 17 e 18 de agosto, na Casa Central das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, em Belo Horizonte, o grupo das/os Missionárias/os Leigas e Leigos Sacramentinas/os, duas formandas, na etapa do aspirantado e algumas das nossas Irmãs, estiveram reunidas/os, para um aprofundamento da Palavra de Deus.
           No sábado, Irmã Creuza trabalhou o tema: A Formação do Povo de Deus. No domingo, pela manhã, o Padre Heleno Raimundo, sdn, apresentou alguns aspectos importantes da vida do nosso Fundador, Padre Júlio Maria De Lombaerde, e deu esclarecimentos sobre o Processo de Beatificação do Padre Júlio, que já se encontra em andamento.
        A seguir uma pequena síntese do estudo bíblico.
        Algumas observações ao fazer uma leitura Bíblica: o principal critério para interpretação da leitura da Bíblia é a Pessoa de Jesus Cristo. O ponto central de sua missão é a defesa da vida em qualquer situação em que ela se encontra. Os Evangelhos nos mostram claramente essa atitude de Jesus: Mc 3,1-6; Mt 25,31- 46;  Jo 10,10, Lc 10, 25-37.
      A Bíblia, tanto o Primeiro como o Segundo Testamento, foi transmitida de boca em boca, se espalhou nos grupos existentes e em lugares diferentes, foi celebrada e só depois, às vezes de um longo tempo, foi escrita. Exemplo: a história de Abraão como está na Bíblia.  Abraão viveu + ou – 1.750 anos  a.C.  O início da redação de Gênesis se deu entre 950 anos  a.C., e a conclusão final do livro entre 400 anos  a.C., depois do Exílio da Babilônia. O Exílio aconteceu entre 586 a 539 a.C.
     Outra diferença é que no Primeiro Testamento os escritos são considerados “livros”. O Primeiro Testamento foi escrito na sua maioria em hebraico e partes em aramaico. Os livros escritos em grego são: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. No Segundo Testamento, a maioria é considerada “cartas”; também “bilhetes” como Filemon e Judas. Dos 27 livros,  21 são cartas. A língua escrita é o grego.
    Não podemos ler nenhum texto bíblico ao “pé da letra” como dizem. É necessário verificar onde foi escrito, em que contexto, quando, quem escreveu e o que queriam dizer, etc.

    Onde viveu o Povo da Bíblia e os vários nomes de sua terra no decorrer da história:
Nos meados de 1250 a.C., era chamada de Canaã. Ali viviam os cananeus. Com os surgimento das tribos, passou a ser chamada de Terra de Israel ou Terra Santa. No tempo de Jesus os Romanos, passaram a chamar toda a região de PalestinaE as províncias mais lembradas no Segundo Testamento são: Judéia ao sul,  Samaria ao centro  e Galileia ao norte.
    Está situada entre dois grandes sistemas fluviais: Rio Nilo no Egito e os Rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, hoje é a região do Iraque. Na época anterior a Israel, em Canaã havia vários pequenos reinos como: cananeus, hititas, amorreus, fereseus, heveus, jebuseu (Ex 3,8). Esses reinos eram constituídos por cidade, cercada por uma muralha. Cada conjunto formava um Estado = “cidades-estado”. Antes da formação do povo de Israel, já havia o fenômeno: cidade. Nas descobertas arqueológicas, dizem que Jericó já existia há 6.000 anos  a.C..
    A cidade-estado era assim constituída: na parte alta ficavam o palácio do rei, o templo, a classe dominante, gente da elite. Na parte baixa, o mercado, as casas dos pobres: pequenos comerciantes, artesãos e pessoal de segundo escalão. Ao redor da cidade moravam os camponeses que cultivavam  as terras. Eram desprotegidos, estavam fora das muralhas. O rei dava certa proteção com soldados, mas exigia em troca completa submissão. Com seu trabalho e lavoura, esses camponeses sustentavam os que viviam na parte alta, pagando altos tributos. Viviam como escravos e numa situação miserável. Canaã fazia parte do império do Egito e pagava alto tributo ao Faraó.

     Existem três hipóteses na formação do povo de Israel:
1ª Ocupação violenta, organizada por Josué: Os fundamentalistas fazem essa leitura: ao  “pé da letra”, aderem esta teoria. Se olharmos para os textos do livro de Josué, veremos que há contradições nas narrações que se referem à conquista da terra: Js 11,15-17, narra que os reis foram derrotados na conquista da terra;  em  Js 13,13; 15,63; 16, 10, as tribos se organizam e os reinos continuam existindo.
2ª Ocupação progressiva e pacífica: Essa hipótese se refere a Abraão e Sara (Gn 12,1-9; 13,1-4). A ocupação foi se dando num processo lento. Houve infiltração e migração de tribos seminômades de várias regiões. São os pastores em busca de melhores pastagens. Essa visão não se refere à formação de Israel como experiência alternativa no contexto das cidades-estado Cananéia.
3ª Organização dos excluídos: Relata a união das tribos contra a rebelião de reis de Canaã. Os camponeses e outros povos excluídos se revoltaram contra os reis cananeus e ocuparam as regiões montanhosas desocupadas de Canaã. Foram se agrupando junto a eles outros grupos escravizados. Essa hipótese combina com os dados da Bíblia, segundo as pesquisas arqueológicas. A Bíblia só relata o êxodo dos hebreus do Egito, mas  houve também os de Canaã. Nos relatos da corte não havia interesse em  registrar memórias subversivas de rebelião popular contra os reis. Como os relatos dos quilombos. O que se narra da organização e libertação dos negros no Brasil?!

   Grupos que fizeram parte do povo de Israel anterior a 1500 a.C.
Camponeses de Canaã: endividados, empobrecidos, fugindo dos altos tributos, e do trabalho forçado, da opressão; de serem  vendidos como escravo ou mercadoria para saldar dívidas. (1Sm 25,10). O texto de Js 17, 15, mostra que eles foram para a montanha. Lá fabricavam cisterna, usando reboco especial para segurar a água no tempo da seca; e usavam no solo para segurar a plantação, uma técnica “terraço” ou muros, parecido com o que se usa aqui nos morros de Minas.
Pastores seminômades de Canaã: Os chamados grupos dos Pais e Mães (Abraão, Sara e Agar; Isaac e Rebeca; Jacó, Raquel e Lia). Eles são os primeiros grupos de resistência contra as cidades-estado no 2º milênio a.C.. Fugiram para regiões de estepe (faixa de vegetação pequena). Nessa época ainda não havia recursos do ferro, para desmatar as florestas e revestir cisternas garantindo água (filisteus).
Trabalhadores vindos do Egito: 1250 a.C., os textos bíblicos do evento Êxodo estão em Ex 1-15,1 – 21, e revelam a presença de um Deus libertador. Não narram história, mais o sentido religioso dos fatos que ao longo do anos estiveram presentes na história. Os personagens importantes dessa fuga foram Moisés, Aarão e Míriam. Na libertação da  escravidão do Egito, eles contribuíram na formação das tribos nas montanhas de Canaã. Antes de Moisés, já havia mulheres hebreias, resistindo ao carrasco Faraó. As mulheres são as primeiras a assumir a defesa da vida: parteiras, mãe, irmã de Moisés e a própria princesa, filha do Faraó (Ex 2,1-10).

    Bibliografia
       Uma introdução à Bíblia, vol. 01. Ildo Bonh Gass (Org.)
       Uma introdução à Bíblia vol. 02.  Ildo Bohn Gass (Org.)
       Bíblia Sagrada: Ave Maria edição de estudo.
       Bíblia Jerusalém
       Formação do povo de Deus. Coleção tua Palavra é vida
       Panorama bíblico.
       A Aliança com toda a Criação Ildo Perondi 2007

       Fundamentalismo, Religião, Ética e Transformação Social  - Frei Carlos Mesters, carmelita. Mestre em Exegese Bíblica e Doutor em Teologia Bíblica, co-fundador e assessor do CEBI 

Irmã Creuza Elena da Silva - sdn

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

“Cristo nos convida: venham meus amigos!
Cristo nos envia: sejam Missionários!”

Cantado por uma multidão de mais de três milhões de jovens de todas as partes do mundo, este refrão expressa convicções e esperanças, despertando em nós a consciência de que somos amigos de Cristo (Jo 15, 15) e por Ele chamados e enviados!
A experiência de participar de uma JMJ é algo muito marcante. Como disse nosso Irmão Papa Francisco, já no final de sua visita: “a alegria supera o cansaço!” Experimentamos uma alegria contagiante de estarmos irmanados como a grande família de Deus, de compartilharmos, de sonhos e aspirações comuns, ainda que portadores de culturas tão diferentes! De maneira muito forte sentimos isto ao rezamos o Pai Nosso, de mãos dadas, cada qual em sua língua materna. Vivenciamos e compartilhamos a alegria por reavivar a fé e perceber que a Igreja é viva e é jovem! Alegria por contemplar o Reino, manifesto em gestos tão simples de acolhida, atenção, solidariedade, partilha e comunhão.
A vibração e entusiasmo dos jovens, a paz, o clima de oração, o silêncio fecundo foi um bonito testemunho de uma juventude que tem sede de Deus e acredita no Reino.
Ainda que seja um grande evento que, como um cometa, passa encantando olhares, ainda assim, não deixa de espalhar seu brilho e oferecer um pouco de luz e beleza em noites escuras. Oxalá as palavras sábias de nosso irmão Papa Francisco e toda experiência de Deus vivenciada nestes dias possa reacender em cada jovem e em todos nós cristãos o ardor missionário, o desejo de testemunhar nossa fé, no seguimento de Jesus, verdadeira LUZ que nos ilumina!
O convite do Mestre continua ressoando: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.

Irmã Renata Magro - sdn


            

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

CULTIVO DA NOSSA ESPIRITUALIDADE.


Enquanto muitas/os peregrinas/os buscaram cultivar sua espiritualidade junto ao Papa Francisco, e aos vários peregrinos do mundo inteiro, no Rio de Janeiro, nós, um grupo de quase 30 Religiosas e uma Leiga, buscamos outra forma de alimentar nossa espiritualidade.
Nossa peregrinação foi até Miguel Pereira, RJ. Um lugar que proporciona uma verdadeira experiência de oração e contemplação de Deus que se revela também na natureza. As Irmãs Servas da Santíssima Trindade realizam ali a bonita missão de acolher e ajudar as pessoas a resgatar suas energias, silenciar o coração, refazer suas forças...
Irmã Gelza, desta mesma Congregação, foi quem orientou o retiro nos dias 24 a 31 de julho, com o tema: Peregrinas da Ressurreição.

No primeiro dia ela nos acolheu com esta reflexão profunda: “Nós somos, em Jesus Ressuscitado, o lugar teológico, onde Deus se comunica, resgata e integra. Ele é peregrino em nossa direção. Silenciemos nosso coração: ele está onde está o nosso tesouro. Silenciemos nosso corpo: ele é a casa, lugar de novas relações, mesa da acolhida da Palavra e do Pão. Silenciemos nossos ouvidos: eles ouvem o silêncio para que possamos ouvir a voz que está na essência de todas as coisas. Silenciemos nosso olhar: porta aberta para ver o interior da vida, manifestação da presença divina derramada na nova criação. Silenciemos!
Como peregrinas da ressurreição, somos chamadas ao deserto profético, experiência do Deus exodal. Ele vem para convergir nossa peregrinação em direção à Fonte. Ele chega dando vigor aos nossos pés cansados”.
Nossa peregrinação foi aos poucos acontecendo entre várias outras reflexões, momentos celebrativos com tanta criatividade, partilha de vida, silêncio, experiência de Deus e oração contínua pela Jornada Mundial da Juventude. Um tempo de graça!

A vida nos coloca sempre em uma atitude de escolha entre coisas boas. Quem esteve na JMJ, com certeza, pode dizer como Maria Madalena: “Eu vi o Senhor”! Também nós, na experiência que fizemos no retiro, podemos dizer o mesmo: “Nós vimos o Senhor”!
Tanto numa experiência como na outra, acredito que ecoa dentro de nós a Palavra de Jesus: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 28,19). Quem se apaixona por uma causa não se deixa aprisionar pelos obstáculos. Nem chuva fria, nem distância, nem medo, nem preconceito, em fim, o amor é como um trampolim que nos lança para o alto.
Irmã Maria Aparecida Rosa - sdn