Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Jornada Arquidiocesana da Juventude


6ª Jornada Arquidiocesana da Juventude  
52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Organizadores: Secretariado Arquidiocesano da Juventude (SAJ).
  Serviço de Animação Vocacional (SAV).

 

Na tarde do dia 26 de abril de 2015 - Domingo do Bom Pastor, milhares de jovens participaram da 6ª Jornada Arquidiocesana da Juventude e do 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
O evento teve início às 14h00, na Paróquia São Luiz Gonzaga, Bairro Minas Brasil. Todas/os foram acolhidas/os com muita alegria, em momento nenhum faltou animação! Enquanto caminhávamos um percurso de dois quilômetros, cantando, rezando, várias pessoas acompanhavam das janelas dos grandes edifícios.





Ao chegarmos à PUC Minas, Bairro Coração Eucarístico várias Religiosas/os Seminaristas da Arquidiocese, Comunidades de Vida, fizeram uma Expo Vocacional. Enquanto os estandes eram visitados, o show de talentos foi acontecendo até o momento da Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo Dom Walmor. O término deste evento se deu com a cantora católica Kennia.


Eis o que diz o Papa Francisco em sua mensagem para o 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações:Este dia sempre nos lembra a importância de rezar para que o «dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). Jesus dá esta ordem no contexto dum envio missionário: além dos doze apóstolos, Ele chamou mais setenta e dois discípulos, enviando-os em missão dois a dois (cf. Lc 10,1-16). Com efeito, se a Igreja «é, por sua natureza, missionária» (Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Ad gentes, 2), a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão. Assim, ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus”.


Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A VIVÊNCIA DA EUCARISTIA E SEU DESMEMBRAMENTO NO COTIDIANO.


Estudo com a Irmã Ione Buyst, Monja Beneditina Olivetana, doutora em liturgia.
Irmã Ione esteve conosco nos dias 19 e 20, p.p., como este tema é muito amplo, ela centrou seu trabalho de reflexão e experiências, nas Orações Eucarísticas II e III e no Ofício Divino das Comunidades.  Para ela, a Oração Eucarística mais que oração é uma grande Ação Litúrgica.
Disse a assessora: a oração eucarística tem uma estrutura com os seguintes elementos: o diálogo inicial entre quem preside e a assembléia: O Senhor esteja convosco... Corações ao alto... Demos graças ao Senhor nosso Deus. O prefácio, apresentando os motivos da ação de graças, terminando com o canto do “Santo...” A epíclese (invocação do Espírito Santo) sobre o pão e o vinho). Narrativa da instituição. Anamnese (memorial) e ablação (oferta) A epíclese (invocação do Espírito Santo) sobre a comunidade. As intercessões a Doxologia e o Amém final. A Oração Eucarística deve ser entendida e vivida espiritualmente como um todo. Seu núcleo central é a Ação de Graças dirigida em adoração ao Pai e não a presença real de Cristo na Eucaristia. Agradecemos ao Pai pelo envio do seu Filho para nossa salvação.
Enquanto Irmã Ione fazia sua exposição, fiz algumas anotações e partilho com vocês frases que construí a partir da reflexão dela e muitas frases dela mesma, e estas poderão ser encontradas nos livros escritos por ela e em alguns Documentos da Igreja sobre liturgia. Citarei no fim do texto.
Comungar é se prontificar a continuar a missão de Jesus. Em nós Ele não é o fim, mas a prontidão para a missão. Estar na fila da comunhão é anunciar publicamente seu desejo de assumir o mesmo Projeto que Jesus assumiu.
Irmãs: Maria Lopes (de branco) enviada em missão para Alvarães, AM
  Sebastiana enviada em missão para Luanda - Angola, África

A escuta da Palavra, além de fazer memória da presença de Deus na história de seu povo, ela nos transforma. A Palavra recebida com fé penetra o coração humano e, provoca atitudes de conversão. Ela vai aos pouco nos transformando.  Assim, a presença de Cristo nos transforma, pois Ele está presente tanto na Palavra quanto na Eucaristia.
Aclamação memorial – Eucaristia Sacramento Pascal. - Eis o mistério da fé! Anunciamos a morte do Senhor, até que ele venha. O termo “anunciar”: não se trata de um anúncio missionário, mas de um anúncio litúrgico com palavras e gestos (comer do pão, beber do cálice), feito na comunidade.
Até que ele venha! Anunciamos a morte daquele que amou até o fim, a  ponto de dar a vida por causa do Reino. Anunciamos, portanto, sua morte salvadora, sua vitória sobre a morte pela ressurreição (glorificação) e a chegada do Reino a partir disso... tensão escatológica, esperança de um mundo renovado.
   A expressão Mistério da fé encontra-se em 1Tm 3,9 e é como uma síntese do mistério redentor. O mistério da fé é a ceia eucarística, memorial da morte e ressurreição do Senhor, até sua volta. É celebração do mistério pascal, que engloba a paixão, morte, ressurreição, ascensão e demais dimensões do único mistério pascal de Cristo.
                Muitas pessoas têm uma compreensão um tanto mágica da ‘consagração’; aguardam com ansiedade e muita devoção o momento da transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Senhor Jesus. Restringem sua atenção a este momento. Esperam pelo momento da comunhão. Não acompanham a ação eucarística como um todo.
                 Muitos entendem que a palavra ‘Eis o mistério da fé’ diz respeito unicamente à transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Será necessário chamar a atenção para a resposta que damos a esta palavra. O mistério da fé que celebramos na eucaristia é o mistério pascal da morte e ressurreição do Senhor Jesus, atuante na realidade pessoal e social.
                  A palavra de Jesus ‘Façam isto em memória de mim’, não pode ser entendida como uma simples lembrança de sua pessoa, mas deve ganhar a densidade bíblica e teológica de um ‘memorial’, uma ação simbólica, ritual, sacramental, que permite nos tornarmos participantes da páscoa de Cristo. Ele nos faz passar, juntamente com Ele, da morte para a vida.

O mistério pascal aponta ainda para a dimensão cósmica da Eucaristia: “...a Eucaristia é sempre celebrada sobre o altar do mundo. Une o céu e a terra. Abraça e impregna toda a criação (...) este é o ‘mysterium fidei’ que se realiza na Eucaristia: o mundo saído das mãos de Deus Criador volta a ele redimido por Cristo.” (JPII, EcclEuc, n. 8).
              Presença real de Cristo na eucaristia: não é uma presença física, mas sacramental. Presença dinâmica e ativa, “na qual se torna novamente presente a vitória e o triunfo de sua morte” (SC 6), uma presença não mais centrada unicamente na morte de Jesus, mas apontando para “seu corpo no estado glorioso de ressuscitado” (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, 18).
             Participar da missa é imbuir-se da mesma força, presença de Jesus para fazer o mesmo que ele fez. A transfiguração da minha vida precisa transfigurar o mundo. A eucaristia nos foi dada para a transformação do mundo.
              Cordeiro de Deus – fração do pão. Somos muitos, mas formamos um só corpo. Sozinha/o eu não sou o corpo de Cristo. Sou parte deste corpo. Somente na assembleia reunida formamos o corpo de Cristo. 1Cor 12, 27. Em cada Celebração Eucarística precisamos passar da morte para a vida. Com Jesus precisamos fazer esta passagem, ver Colossenses 3, 1 - 17.
              Os termos ‘corpo entregue por vós’, e ‘sangue da nova e eterna aliança derramado por vós’, apontam para a morte de Jesus entendida como sacrifício; não mais como os sacrifícios de animais da tradição sacerdotal na Antiga Aliança, mas como o sacrifício espiritual da tradição profética, como entrega de sua vida, em resgate de muitos.
             “Anunciar a morte do Senhor ‘até que ele venha’ inclui, para os que participam da eucaristia, o compromisso de transformarem a vida, de tal forma que esta se torne, de certo modo, ‘eucarística’. São precisamente este fruto de transfiguração da existência e o empenho de transformar o mundo segundo o evangelho que fazem brilhar a tensão escatológica da celebração eucarística e de toda a vida cristã: ‘Vinde, Senhor Jesus!’ (Ap 22,20).” (JPII, EcclEuc, n. 20).
              O Cristo Ressuscitado está presente (‘presença real’!) também na assembleia litúrgica que ora e canta, na Palavra proclamada, no ministro que preside a celebração. Ele está presente em todos os momentos de nossa vida e em todas as realidades, fazendo acontecer a páscoa na história da humanidade.
Documentos citados pela Irmã Ione Buyst
] Missa (A) memória de Jesus no coração da vida

] Celebrar com símbolos

] Sinais, palavras e gestos na liturgia

] Pão e vinho para nossa ceia com o Senhor

] Participação na Liturgia

] Documento da CNBB - Nº 89

] Sacrossanto Concilio - Nº 40


Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn

domingo, 12 de abril de 2015

CONGRESSO NACIONAL DA VIDA CONSAGRADA


Aproximadamente 2 mil e 200 Religiosas e Religiosos de todas as regiões do Brasil e alguns países da América Latina, iniciaram na tarde da terça-feira, 07 de abril 2015, no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, em Aparecida (SP),  o Congresso Nacional  da Vida Consagrada.
Tema “Assumir o Núcleo Identitário da Vida Consagrada: Atitude Profética, Processo Mistagógico”.
Lema “Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho? (Lc 24,32)”, à luz do tema do Ano da Vida Consagrada proposto pelo Papa Francisco, “Vida Consagrada na Igreja hoje: Evangelho, Profecia e Esperança”.
Da nossa Congregação éramos nove Irmãs participantes: Ana Maria, Aparecida Silva, Cacilda, Cidinha, Creuza, Maria Lopes, Penha, Sebastiana e Zely. Um tempo de graça! Não podemos deixar que toda experiência vivenciada nestes dias, termine com o encerramento do Congresso, mas sim, recuperar a mística do encontro todos os dias em nossas Comunidades. Recriar o nosso cotidiano com a energia recebida lá, através dos momentos orantes, das palestras, Celebrações Eucarísticas, encontro com as pessoas queridas... Tudo estava tão bonito que me parecia o céu pelo “avesso”!


Destaco algumas frases provocativas de vários assessoras/es:  O que nos atraiu aqui para este Congresso? Fomos alcançados e transformados por Cristo. Gostamos do que somos e amamos o que fazemos. Os discípulos ficaram tristes não porque tinham perdido o amigo, mas por terem perdido a esperança.
Precisamos nos adentrar no mistério que existe dentro de nós e em nossas Comunidades. O que está em jogo não é a VRC, mas o próprio sentido da vida. Que valores temos para passar as novas gerações. A VRC ainda vale a pena? Quando? Quando vivemos para restituir o sentido da vida.
Será que a experiência de Deus está no centro das nossas escolhas? A VRC ainda é mística? Leis e ritos não sustentam mais.
Pensemos em quatro perguntas existenciais:
1.      Quem sou eu?
2.      De onde vim?
3.      Para onde vou?
4.      O que vou comer? Isto é uma mística encarnada, pois somos pessoas humanas.
Quem sabe o porquê, INVENTA UM NOVO COMO?
Sete palavras simples que Jesus utilizou para ensinar: Semente, Joio, Mostarda, Fermento, Tesouro, Pérola e Rede. Os sinais de Deus são pequenos, assim como estes que Jesus utilizava em seus ensinamentos.
Exemplo de uma destas palavras: o fermento – “O Reino do céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” (Mt 13,33). A mulher é uma pessoa dinamizadora do Reino. Ela permite a energia de Deus acontecer. Ela coloca a vida e a esperança no cotidiano. Fermento escondido na massa. Força de fecundidade escondida que continuamente gerando a vida. O cheiro do pão assado desperta o apetite. E a VRC desperta o quê?
No caminho, Jesus contava as parábolas. Na casa, Ele explicava as parábolas e as palavras se tornavam gestos. No seu cotidiano, você faz a experiência de Deus?


MISTAGOGIA
Dentro de nós há um chamado que precisamos abraçar e lutar por ele. Deus toma a iniciativa de nos conduzir pelo mistério. Aprender através do mistério. Ajudar a pessoa a decodificar, ler, entender os sinais de Deus que já estão nela. “Nós nos tornamos n’Aquele que contemplamos”.
O mistério se compreende numa experiência, e ainda, quando nosso horizonte é largo, isto nos possibilita no reposicionamento frente aos desafios.
Intolerância e busca de paz. Quais são minhas dificuldades para ser tolerante?
No deserto, Elias faz a experiência de se animar, sair da sua depressão. Seu discurso e a prática não se encontram. A brisa leve obriga a Elias a se posicionar. E a VRC?
O que na VRC não nos ajuda mais a fazer a experiência de Deus? Como devolver à VRC o encanto?
Não podemos colocar nossas forças nos números, mas sim na esperança. Uma vocação é um grande sinal que Deus continua chamando.


Diz o Papa Francisco: “Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário!” Segue um trecho de sua Exortação Apostólica – Evangelii Gaudium, onde se manifesta sua preocupação.
“Para quantos estão feridos por antigas divisões, resulta difícil aceitar que os exortemos ao perdão e à reconciliação, porque pensam que ignoramos a sua dor ou pretendemos fazer-lhes perder a memória e os ideais. Mas, se virem o testemunho de comunidades autenticamente fraternas e reconciliadas, isso é sempre uma luz que atrai. Por isso me dói muito comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?” (EG 100).
Neste ano dedicado à Vida Consagrada, com certeza, em nossas Regionais da CRB, nas Congregações, pessoalmente, teremos várias outras oportunidades para a continuidade destas e outras reflexões iniciadas neste Congresso. Que a Mãe Maria, nos ensine à escuta atenta ao que o Filho Jesus, nos disser.
Irmã Maria Aparecida Rosa, sdn



domingo, 5 de abril de 2015

Ressurreição: conectados à Vida



Duas frases mais repetidas pela Igreja neste domingo são: “Cristo Ressuscitou” e “Deus ressuscitou a Jesus”. Elas condensam as afirmações mais frequentes do NT sobre este tema.
No entanto, o evangelho indicado para este domingo não tem como protagonista nem a Deus, nem a Cristo, nem confessa sua ressurreição. Os três protagonistas que menciona são puramente humanos: Maria Madalena, Simão Pedro e o discípulo amado. Nem sequer há um anjo. O relato de João se centra nas atitudes muitos diferentes destes três personagens.
Maria Madalena reage de forma precipitada: ao ver que a pedra tinha sido retirada da entrada do túmulo logo conclui que alguém tinha levado o corpo de Jesus; a ressurreição nem sequer passa pela sua cabeça.
Simão Pedro atua como um inspetor de polícia diligente: corre ao sepulcro e não se limita, como Maria, a ver a pedra removida; entra, observa as faixas de linho no chão e o sudário enrolado, num lugar à parte. Algo muito estranho. Mas não tira nenhuma conclusão.
O discípulo amado também corre, inclusive mais que Simão Pedro; mas quando chega ao sepulcro, espera pacientemente. E vê a mesma coisa que Pedro, mas conclui que Jesus ressuscitou.
O evangelho de João oferece hoje uma mensagem esplêndida: diante da Ressurreição de Jesus podemos pensar que é uma fraude (Maria), não saber o quê pensar (Pedro)  ou dar o salto misterioso da fé (discípulo amado).
 
Imagem da Internet
Há, neste texto, um progressivo caminho de fé. Começa com Maria Madalena: ela busca, sai de seu esconderijo vai ao encontro de um corpo. Ainda está presa à morte e ao passado, mas é levada pela coragem a buscar um sentido para sua dor e tristeza. Trata-se de um primeiro passo, embora incipiente: colocar-se em movimento, sair, romper com seu lugar estreito...
A atitude de Pedro é um pouco mais profunda: depara-se com os sinais de Ressurreição e busca entender o que tinha acontecido. Certamente ficara confuso diante do sudário dobrado, colocado à parte: “como é possível, alguém, no momento glorioso de sua vida, encontrar tempo para dobrar um sudário!”.
A razão ainda não é suficiente para mergulhar no mistério da fé.
Somente João é capaz de dar o salto da fé: mergulha no mistério. Deixa-se afetar pelos sinais, não buscando razões que expliquem o que tinha acontecido. Assume a atitude de acolhida do mistério. Seu olhar é um olhar contemplativo: vai além dos sinais.
Os três viram os mesmos sinais; João, com um olhar contemplativo, vai além das aparências; é preciso ter os olhos destravados para “ler” os sinais da Ressurreição. João fica assombrado diante de tantos sinais; ele “entra” no túmulo de maneira diferente; não faz de maneira apressada, como Pedro. Ele pára, dá um tempo, tem paciência... Tem uma atitude de acolhida e não de investigação.
Os relatos dos próximos dias de Páscoa nos ajudarão a alcançar a terceira atitude.
Qual atitude prevalece em mim?

“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada,...”
No relato do evangelho de hoje, a ressurreição é apresentada como uma “nova Criação” levada a termo pela intervenção providente de Deus. Não nos damos conta de que é o primeiro dia da semana, e que tudo mudou, que tudo é novo; é o primeiro dia da nova criação, do tempo novo, da vida nova, do ser humano novo.
A Páscoa deixa tudo igual enquanto o coração humano não faz a experiência de que Deus está vivo.
Tudo é Vida, que pode expressar-se como vibração, energia... A Vida não é algo que temos, mas o que somos; o que temos, podemos perder; o que somos, permanece. Desse modo, nos experimentamos conectados à Fonte de tudo o que é e à Vida que somos. Nisto consiste a sabedoria e a libertação: na conexão consciente ao Mistério da Vida, a Deus, sem nenhum tipo de separação, nem distância, sem costuras.
 
Imagem da Internet
“Agora” é a Vida, “agora” é a Ressurreição, embora tenhamos dificuldade para descobri-la, como os três personagens da cena de hoje. O ego corre, como os discípulos, pensando que no futuro se sentirá melhor. Com frequência, corre tão depressa que não repara em nenhuma outra coisa que não seja sua própria expectativa. Em algumas ocasiões, parece receber a graça de poder ver as “faixas de linho” e de ver através delas. Na realidade, para quem está atento, tudo são “faixas”, sinais, aberturas, ranhuras, gretas... por onde a Vida se infiltra. Tudo pode ser oportunidade para nos despertar para quem realmente somos e reconhecer-nos conectados à Vida. Isso é viver ressuscitados.
Mas, para poder ver o significado que as “faixas” contém, requer-se atenção. Uma atenção que nos faz estar no momento presente e calar o falatório mental. Nesse Silêncio, poderá desvelar-se diante de nossos olhos a Presença que nos chama pelo nome.

Maria Madalena madruga para encontrar-se com a morte na sepultura; e Deus madruga mais ainda para recuperar a vida. Madalena madruga para a morte e Deus madruga para a vida.
Enquanto estamos a caminho da morte, Deus está a caminho da vida; enquanto continuamos presos no passado, Deus já está no presente novo; nós visitamos sepulcros e Deus visita corações que vivem e tem garra de viver; nós nos empenhamos em encher os sepulcros, e Deus se encarrega de esvaziá-los.
Os sepulcros não são lugares de encontro com Ele; a Ele o encontramos na comunidade reunida no amor.
A verdadeira Páscoa não acontece ao lado do sepulcro; ela acontece quando os corações começam a pulsar de novo com um novo ritmo de vida e de esperança. 
É Pascoa não só quando Deus ressuscita Jesus de entre os mortos mas quando Deus se faz acontecimento de vida em nós. Deus celebra a Páscoa não junto à pedra do sepulcro mas na vida das pessoas.
É de madrugada, e nós ainda continuamos com os olhos vendados do passado. Mas Deus já faz resplandecer a luz da madrugada, esperando iluminar as mentes e despertar os corações para acolher a Vida.

Texto bíblico:  Jo 20,1-9

Na oração: A Luz da Ressurreição desperta em nós a nostalgia de outra luz, de outra beleza...
                     A tensão de luz e sombra também está viva em nosso interior, no espaço interior de cada um de nós. Somos filhos da luz e do dia, pertencemos ao dia e à luz. Mas ninguém pode apagar esta luz nova que busca expressar-se no cotidiano de nossa vida.
Em sua tensão de luz e obscuridade... contemple o Ressuscitado.

Uma Santa e Inspirada Páscoa.
Padre Adroaldo - sj