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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Manhurimim, 16 de novembro de 2012



          Nota Missionária de um Leigo Sacramentino
            Manhurimim, 16 de novembro de 2012

É difícil falar e escrever sobre o dia de hoje. De certa forma, abro mão de ser professor para, simplesmente, me utilizar das palavras com liberdade e pouco esmero em suas vastas possibilidades. Irei apenas escrevendo o que meu coração me inspira e minha memória ajuda.
Na verdade esta história começou muito antes, em meus tempos de criança e pré-adolescência vividos no CNSG de Patos de Minas, onde as irmãs sacramentinas me falavam de um homem com muito amor, coragem e devoção incomuns... Lá descobri Padre Júlio Maria de Lombaerde... uma névoa que um garoto de doze anos pouco podia compreender, mas entoava, animado, o canto que nos era ensinado... “Padre Júlio Maria Lombaerde, é chegado o momento de glória, o teu nome, para sempre, há de ser relembrado na história”...
Ouvia também falar de um lugar mágico e místico: Manhumirim!
Era 1989 e meu coração desejou conhecer as terras em que este desbravador pisou, mas o tempo ainda não era propicio. Anos se passaram... O garoto cresceu e pôde descobrir ainda mais sobre esse profeta do Amor - Sacrifício.
A vida me presenteou com algo surpreendente: o de ser alguém que deveria louvá-lo e fazê-lo reviver diante de toda uma geração de novos alunos e alunas sacramentinos, no Colégio Nossa Senhora das Graças.
E uma palavra que ouvia da boca de tantos ainda me era estranha e distante: MANHUMIRIM. Essa palavra significa rio pequeno, e justamente lá, no rio pequeno, ouvi dizer que um homem fizera grandes coisas. Fiz-me discípulo do Padre Júlio Maria, através dos escritos daqueles que com ele conviveram, com as constantes referências feitas pelas irmãs sacramentinas e pelo Jornal O Lutador. Muitos partiam para lá, voltavam e me traziam histórias, mas ainda não era chegada minha hora de te conhecer, Manhumirim...
Era necessário que uma expectativa tão grande acontecesse em um momento ímpar da história desse missionário sem igual.
E eis que o centenário de sua chegada ao Brasil comemora-se em 2012. E neste ano da Graça do Senhor me é concedida então uma oportunidade, mas não uma qualquer... Junto de meus irmãos e irmãs - os Missionários Leigos Sacramentinos - nos reunimos na Casa Mãe das Irmãs Sacramentinas. Acolhidos por suas filhas com sorrisos e abraços.

Caminhamos por onde Padre Júlio e Madre Beatriz pisaram, onde lágrimas foram derramadas e novos horizontes sonhados, sem fronteiras... Onde animadas noviças se entregavam à causa dos mais pobres e buscavam ser instrumentos a serviço de Deus e da Igreja. Jovens moços de toda região vinham em busca de sua vocação e eram apanhados nas palavras firmes e cheias de zelo do sacramentino do Amor - Sacrifício.

Onde duelou com a sociedade de seu tempo, combateu os apóstatas e cuidou dos mais frágeis. Diante da ignorância do povo, fez escolas. Diante da solidão dos pequeninos do Reino, fez um patronato. Ao ver idosos abandonados, fez um asilo. Saúde era privilegio dos mais abastados e não teve dúvidas: fez um hospital para atender os pobres. Mas isso não era suficiente, era preciso esclarecer o povo a respeito da verdade do evangelho, afugentar e exortar acerca dos falsos profetas e do pecado. Era apóstolo de Maria e um defensor incansável da Eucaristia. Escreveu e escreveu, em francês, em português, pregou a todos, não se intimidou com ninguém. Fundou um Jornal e uma gráfica que traduziram sua vida: O Lutador.

Esse é o homem que hoje, realmente, conheci e aprendi ainda mais a amar e a respeitar. Ver seus traços em cada obra, em cada espaço dedicado à Virgem e em sua profunda fé eucarística nos apontam para a riqueza desta cidade: Manhumirim... Diz o autor sagrado: “e tu Belém, não és de forma alguma a menor das cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo” Mt 2, 6. Guardadas, claro, as devidas proporções, imagino que Deus tinha uma surpresa para essa pequena cidade do leste Mineiro: não ficarás devendo nada a tantas cidades que ofertaram santos ao mundo, como Pádua ou Assis. Desse solo inclinado e que aponta para o alto, lhes concederei um filho sem igual, esse será um justo e confessará meu nome por onde for.

E assim foi... Esse homem que nasceu do outro lado do Atlântico e ouvira, desde menino, o chamado de Deus em sua vida, e possivelmente não imaginaria que sua vida estivesse destinada às matas e florestas do norte do Brasil, ao intenso calor do nordeste e às montanhas das gerais. Ele se entregou onde lhe era apontado; obedecia sem questionar; fez muito com pouco. Um gigante de passos firmes, voz poderosa e aguçada percepção. Estava à frente de seu tempo, mas não abria mão do essencial: a fé e a coragem de fazer o Projeto de Deus acontecer onde quer que estivesse.

Hoje meu coração se alegra e também se inquieta ao pensar...
Qual legado deixarei? Não fundei congregações e tão pouco fiz grandes obras.

Mas tem algo que sei que posso fazer: carregar e multiplicar a visão sacramentina, ser verdadeiramente um apóstolo de Jesus e de Maria. Não duvidar de que o Amor – Sacrifício é a forma mais sublime de se viver e fazer o Evangelho acontecer. E onde pisar um filho ou filha espiritual do Pe. Júlio Maria, saberemos que seu sonho vai se consolidando e se espalhando por todo o mundo.

Obrigado, Padre Júlio, por ter me escolhido como seu vocacionado e que eu seja digno de honrar sua vida e missão como missionário leigo sacramentino!!!

Braz Paulo, 23h42min, neste ano de Graças.



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