Sejam Bem Vidos!!!

A vida é presente de Deus! Cuidar bem dela é nosso dever. Dar sentido à vida é uma opção que cada pessoa faz. Este blogger apresenta para você oportunidades de conhecer nossa missão.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ESTUDO BÍBLICO

                                                                  

          
  Nos dias 17 e 18 de agosto, na Casa Central das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, em Belo Horizonte, o grupo das/os Missionárias/os Leigas e Leigos Sacramentinas/os, duas formandas, na etapa do aspirantado e algumas das nossas Irmãs, estiveram reunidas/os, para um aprofundamento da Palavra de Deus.
           No sábado, Irmã Creuza trabalhou o tema: A Formação do Povo de Deus. No domingo, pela manhã, o Padre Heleno Raimundo, sdn, apresentou alguns aspectos importantes da vida do nosso Fundador, Padre Júlio Maria De Lombaerde, e deu esclarecimentos sobre o Processo de Beatificação do Padre Júlio, que já se encontra em andamento.
        A seguir uma pequena síntese do estudo bíblico.
        Algumas observações ao fazer uma leitura Bíblica: o principal critério para interpretação da leitura da Bíblia é a Pessoa de Jesus Cristo. O ponto central de sua missão é a defesa da vida em qualquer situação em que ela se encontra. Os Evangelhos nos mostram claramente essa atitude de Jesus: Mc 3,1-6; Mt 25,31- 46;  Jo 10,10, Lc 10, 25-37.
      A Bíblia, tanto o Primeiro como o Segundo Testamento, foi transmitida de boca em boca, se espalhou nos grupos existentes e em lugares diferentes, foi celebrada e só depois, às vezes de um longo tempo, foi escrita. Exemplo: a história de Abraão como está na Bíblia.  Abraão viveu + ou – 1.750 anos  a.C.  O início da redação de Gênesis se deu entre 950 anos  a.C., e a conclusão final do livro entre 400 anos  a.C., depois do Exílio da Babilônia. O Exílio aconteceu entre 586 a 539 a.C.
     Outra diferença é que no Primeiro Testamento os escritos são considerados “livros”. O Primeiro Testamento foi escrito na sua maioria em hebraico e partes em aramaico. Os livros escritos em grego são: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. No Segundo Testamento, a maioria é considerada “cartas”; também “bilhetes” como Filemon e Judas. Dos 27 livros,  21 são cartas. A língua escrita é o grego.
    Não podemos ler nenhum texto bíblico ao “pé da letra” como dizem. É necessário verificar onde foi escrito, em que contexto, quando, quem escreveu e o que queriam dizer, etc.

    Onde viveu o Povo da Bíblia e os vários nomes de sua terra no decorrer da história:
Nos meados de 1250 a.C., era chamada de Canaã. Ali viviam os cananeus. Com os surgimento das tribos, passou a ser chamada de Terra de Israel ou Terra Santa. No tempo de Jesus os Romanos, passaram a chamar toda a região de PalestinaE as províncias mais lembradas no Segundo Testamento são: Judéia ao sul,  Samaria ao centro  e Galileia ao norte.
    Está situada entre dois grandes sistemas fluviais: Rio Nilo no Egito e os Rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, hoje é a região do Iraque. Na época anterior a Israel, em Canaã havia vários pequenos reinos como: cananeus, hititas, amorreus, fereseus, heveus, jebuseu (Ex 3,8). Esses reinos eram constituídos por cidade, cercada por uma muralha. Cada conjunto formava um Estado = “cidades-estado”. Antes da formação do povo de Israel, já havia o fenômeno: cidade. Nas descobertas arqueológicas, dizem que Jericó já existia há 6.000 anos  a.C..
    A cidade-estado era assim constituída: na parte alta ficavam o palácio do rei, o templo, a classe dominante, gente da elite. Na parte baixa, o mercado, as casas dos pobres: pequenos comerciantes, artesãos e pessoal de segundo escalão. Ao redor da cidade moravam os camponeses que cultivavam  as terras. Eram desprotegidos, estavam fora das muralhas. O rei dava certa proteção com soldados, mas exigia em troca completa submissão. Com seu trabalho e lavoura, esses camponeses sustentavam os que viviam na parte alta, pagando altos tributos. Viviam como escravos e numa situação miserável. Canaã fazia parte do império do Egito e pagava alto tributo ao Faraó.

     Existem três hipóteses na formação do povo de Israel:
1ª Ocupação violenta, organizada por Josué: Os fundamentalistas fazem essa leitura: ao  “pé da letra”, aderem esta teoria. Se olharmos para os textos do livro de Josué, veremos que há contradições nas narrações que se referem à conquista da terra: Js 11,15-17, narra que os reis foram derrotados na conquista da terra;  em  Js 13,13; 15,63; 16, 10, as tribos se organizam e os reinos continuam existindo.
2ª Ocupação progressiva e pacífica: Essa hipótese se refere a Abraão e Sara (Gn 12,1-9; 13,1-4). A ocupação foi se dando num processo lento. Houve infiltração e migração de tribos seminômades de várias regiões. São os pastores em busca de melhores pastagens. Essa visão não se refere à formação de Israel como experiência alternativa no contexto das cidades-estado Cananéia.
3ª Organização dos excluídos: Relata a união das tribos contra a rebelião de reis de Canaã. Os camponeses e outros povos excluídos se revoltaram contra os reis cananeus e ocuparam as regiões montanhosas desocupadas de Canaã. Foram se agrupando junto a eles outros grupos escravizados. Essa hipótese combina com os dados da Bíblia, segundo as pesquisas arqueológicas. A Bíblia só relata o êxodo dos hebreus do Egito, mas  houve também os de Canaã. Nos relatos da corte não havia interesse em  registrar memórias subversivas de rebelião popular contra os reis. Como os relatos dos quilombos. O que se narra da organização e libertação dos negros no Brasil?!

   Grupos que fizeram parte do povo de Israel anterior a 1500 a.C.
Camponeses de Canaã: endividados, empobrecidos, fugindo dos altos tributos, e do trabalho forçado, da opressão; de serem  vendidos como escravo ou mercadoria para saldar dívidas. (1Sm 25,10). O texto de Js 17, 15, mostra que eles foram para a montanha. Lá fabricavam cisterna, usando reboco especial para segurar a água no tempo da seca; e usavam no solo para segurar a plantação, uma técnica “terraço” ou muros, parecido com o que se usa aqui nos morros de Minas.
Pastores seminômades de Canaã: Os chamados grupos dos Pais e Mães (Abraão, Sara e Agar; Isaac e Rebeca; Jacó, Raquel e Lia). Eles são os primeiros grupos de resistência contra as cidades-estado no 2º milênio a.C.. Fugiram para regiões de estepe (faixa de vegetação pequena). Nessa época ainda não havia recursos do ferro, para desmatar as florestas e revestir cisternas garantindo água (filisteus).
Trabalhadores vindos do Egito: 1250 a.C., os textos bíblicos do evento Êxodo estão em Ex 1-15,1 – 21, e revelam a presença de um Deus libertador. Não narram história, mais o sentido religioso dos fatos que ao longo do anos estiveram presentes na história. Os personagens importantes dessa fuga foram Moisés, Aarão e Míriam. Na libertação da  escravidão do Egito, eles contribuíram na formação das tribos nas montanhas de Canaã. Antes de Moisés, já havia mulheres hebreias, resistindo ao carrasco Faraó. As mulheres são as primeiras a assumir a defesa da vida: parteiras, mãe, irmã de Moisés e a própria princesa, filha do Faraó (Ex 2,1-10).

    Bibliografia
       Uma introdução à Bíblia, vol. 01. Ildo Bonh Gass (Org.)
       Uma introdução à Bíblia vol. 02.  Ildo Bohn Gass (Org.)
       Bíblia Sagrada: Ave Maria edição de estudo.
       Bíblia Jerusalém
       Formação do povo de Deus. Coleção tua Palavra é vida
       Panorama bíblico.
       A Aliança com toda a Criação Ildo Perondi 2007

       Fundamentalismo, Religião, Ética e Transformação Social  - Frei Carlos Mesters, carmelita. Mestre em Exegese Bíblica e Doutor em Teologia Bíblica, co-fundador e assessor do CEBI 

Irmã Creuza Elena da Silva - sdn

Nenhum comentário:

Postar um comentário