Jesus nos preparou a Eucaristia. Seus gestos, atitudes,
ensinamentos, os sinais que realizava,
iam fortalecendo a fé dos discípulos.
A multiplicação dos pães é narrada pelos quatro evangelistas.
Mateus e Marcos citam duas, Lucas e João uma. Vejamos em João o que o fato
provoca: (Jo 6, 22-69). Jesus tinha acabado de multiplicar os pães e os peixes
para a multidão que, fascinada, ia atrás d’Ele.
Atitude do povo - Vejamos o comportamento da multidão
beneficiada pela partilha dos pães e dos peixes. Vai atrás de Jesus, não levada
pelo compromisso, mas, porque foi saciada. Querem que o passado se repita:
lembram o maná no deserto - (Ex 16, 1- 22).
E hoje, nosso povo não está buscando a religião para solução de
problemas materiais, como pronto-socorro?...Também na nossa Igreja não está
acontecendo isso?...
Jesus aponta o caminho - Jesus alerta aquela gente e a
nós hoje: “Trabalhai, não pelo
alimento que se perde, mas, pelo alimento que permanece para a vida eterna.” Jesus
indica o rumo certo: buscar o sentido maior da vida, o espiritual, o
transcendente. Libertar-se dos esquemas do passado. Fidelidade é aceitar o novo
que chega como fruto da semente plantada no passado. A fé nos abre caminho à
novidade do Espírito. Só quem crê é capaz de acolher o mistério de Deus em
Jesus de Nazaré. No cap. 6 de João, Fé
aparece 8 vezes.
O dom da Fé - “A obra de Deus é que
creiais naquele que Ele enviou.” Deus plantou no coração humano a semente da fé
que deve crescer, à medida que vamos conhecendo a Verdade e nos abrindo para
Deus. A fé nos educa, nos faz crescer, nos amadurece e nos fortalece. A fé
verdadeira nos leva a crer na vida, a amar e a lutar para defendê-la; a crer na
pessoa humana, filha amada do Pai, convidada a participar de sua Vida, mesmo se
enveredou pelo caminho do mal. Deus nunca desiste de nenhum de seus
filhos.
A fé é experiência da pessoa de Jesus. É diferente de religião.
Religião é uma instituição. Nela nós fazemos a experiência de Igreja, que é a
expressão eclesial da fé. A pessoa pode
ter religião, participar da Igreja, receber os sacramentos, sem convicção de
fé. Nunca estamos prontos. Por isso
Jesus insiste tanto na fé.
O
discurso sobre o Pão da Vida é promessa, mas ao mesmo tempo exigência. Jesus
não cede, nem ameniza as exigências. O povo vai se afastando, escandalizado com
as palavras de Jesus. Ele fica só com os doze. Então, Jesus provoca os
apóstolos: Não quereis também vós partir?
E Pedro: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna...”
A Eucaristia é presente de Deus, dom gratuito do seu amor, mas supõe
fé. É mistério. Diante dela nos curvarmos, num ato de fé. Depois da
consagração, o celebrante proclama à assembleia, convidando-a a mergulhar nesse
mistério: Jesus presente sob as espécies de pão e vinho - “Eis o Mistério da
Fé!” Então, comungar, não é só um ato de devoção, mas um encontro profundo, com
a pessoa de Jesus. E esse encontro transforma!...
Nosso Compromisso – Nunca estamos prontas. Por isso, buscamos
sempre aprofundar a nossa fé e, por nossa vida e missão, despertar a fé nas
pessoas, ajudá-las a crescerem nesse dom, a fim de criarem convicção, atitude
de vida, que gera atos próprios de discípulo: a prática do amor.
¨
Textos: Jo 6, 22-69 ; Mt 8, 5-13;
Jo 20, 24 -27; Sls. 23; 63.
Irmã
Zely de Paula - sdn
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