Sábado, dia 02 de agosto/14, na Casa Central das Irmãs Sacramentinas
de Nossa Senhora, em Belo Horizonte, um grupo de 10 Irmãs Sacramentinas, uma
formanda e 29 Educadores dos Colégios: Padre Júlio Maria - Boa Esperança, MG;
Santa Teresinha - Manhumirim, MG; São José - Niterói, RJ e Nossa Senhora das
Graças - Patos de Minas, MG, se reuniram para refletir sobre as juventudes. Quem
nos assessorou neste tema foi Carmem Lúcia Teixeira, de Goiânia, GO. Assessora
e Pesquisadora da Juventude e outros trabalhos a fins.
Irmã Cacilda, Coordenadora Geral da Congregação, em sua palavra de
acolhida ao grupo, trouxe este versículo Bíblico: “Que ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem. Quanto a você mesmo,
seja para os fiéis um modelo na palavra, na conduta, no amor, na fé na pureza” (1Tm
4,12). Ela destacou a importância deste dia de trabalho sobre as juventudes,
por ser um tema pertinente. Tempos atrás se falava em juventude e hoje quais são
as implicações ao tratarmos de juventudes no plural?
Nossas expectativas eram muitas! Pensávamos, por onde Carmem vai começar
falar de um assunto tão complexo?! Para minha e nossa surpresa, ela começou com
estas provocações: Como
é que nós nos relacionamos com as/os jovens? De que lugar eu olho para as/os
jovens? E continuou, refletindo sobre estas perguntas, façamos memória da
história do nosso nome. Ele nos trás uma identidade, uma estrutura, uma
responsabilidade... Quando alguém diz o nosso nome espera de nós atitudes que
correspondam ao nome. Ex.: Maria. Como pode uma mulher se chamar Maria e ter
atitudes incorretas?...
O jovem olha para o adulto na busca de encontrar nele uma referência
onde ele, se sinta seguro para fazer suas perguntas. Por isso, é importante que
o adulto ocupe o seu lugar de pessoa adulta. Quando não ocupamos este lugar de
adulto, ele fica vazio e buscamos apoio em um lugar que não é o nosso. Daí
surge os vários conflitos entre gerações.
Estas inquietações
foram dando lugar a várias outras. Fomos para um trabalho de grupo com a
seguinte orientação: nomear cinco atividades com juventudes e a partir destas,
fazer perguntas referentes a elas. Eis algumas:
Qual a linguagem mais adequada para falar aos jovens?
Em que sentido as nossas atividades são compreendidas pelos
jovens?
Qual a percepção do adulto em relação ao jovem e do jovem em
relação ao adulto?
Qual o sentido do conteúdo ministrado para o aluno jovem?
Qual a relevância de minhas ações e o que tenho acrescentado
na vida da/o jovem?
Será que a direção que estamos apontando é o que desejam?
No projeto de vida da/o jovem o que ela/e espera de nós?
Considerando que a/o jovem foi desde o início o sujeito
principal da nossa missão Sacramentina, será que estamos atingindo-os?
A maioria dos nossos alunos do Ensino Médio é a favor da
diminuição da maior idade penal. São adolescentes e, caso essa proposta
vigorasse e eles tivessem conflitos com a lei, estariam presos como adultos sem
o benefício de nível superior. Porque será que são a favor da diminuição da
maior idade penal?
Sabemos que é impossível encontrar todas as respostas paras
as nossas dúvidas e inquietações. Mas quando nos dedicamos a uma reflexão como oportunidade
de construção, aos poucos nossos conhecimentos vão se ampliando e os horizontes
vão se abrindo.
Olhar para a juventude é preciso! Porém, esse olhar, deve ser
despido de conceitos preestabelecidos, pois, eles nos impedem de ver os jovens
como são. Qual é a referência que uso ao olhar para a juventude?
Dizia ainda a assessora: “Nossas ações precisam ir na contramão
deste sistema que tira os jovens da sociedade colocando-os nas prisões e no
isolamento. Precisamos nos unir! É urgente desorganizar o sistema que favorece
o desencanto pela vida, levando a/o jovem a morrer ou matar sem nenhum prejuízo.
Assim fazia Jesus. Ele tocava nas estruturas. Nossas ações tocam nas
estruturas?
As dificuldades são muitas. Mas não podemos jamais desanimar,
pois tornar-se seguidora/or de Jesus é passar pelo mesmo caminho que Ele
passou. A evangelização passa pelo encontro profundo com Jesus. As ações dele
sempre tocavam nas estruturas favorecendo a vida e a liberdade. Podemos nos
perguntar. Realizamos eventos ou ações? Ações isoladas se tornam eventos. O processo
implica que todas as ações sejam conectadas, gerando processos que favoreçam a
vida.
Nem todas as perguntas têm respostas e, sobretudo de imediato.
Podemos dizer que o objetivo do Encontro foi alcançado, pois, a intenção é somar
forças em um trabalho de aproximação, conhecimento e inclusão das juventudes,
numa atitude de acompanhamento permanente.
Irmã Maria Aparecida
Rosa, sdn
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