Segundo
o dicionário, a palavra “simplicidade” significa ausência de artifícios, extravagâncias e excessos de ordem material, social ou psicológica. Entretanto, uma missão realizada pelo Colégio Nossa
Senhora das Graças, juntamente com algumas Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora,
nos proporcionou uma abrangência desse conceito.
No dia 09 de maio, um grupo de alunos, alguns professores, 06
irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora e a Irmã Franciane, Discípula de Jesus
Eucarístico, visitaram alguns domicílios e roças do município de Alagoas,
próximo a Patos de Minas, Minas Gerais. A intenção era conversar com as
famílias, saber um pouco mais sobre a vida dos que ali moram, seus afazeres, e
juntos rezar uma oração de benção do lar.
Trata-se de município simples, com algumas ruas ainda de terra,
e as pessoas que ali residem levam uma vida modesta. Embora privados de
regalias, o sorriso não deixa de estampar o rosto. Nada os impede de compartilhar
o que tem e podem, como água, comida, frutas do quintal, histórias, casos. E é
assim, de forma tão singela, que nossos corações vão sendo tocados, pouco a
pouco, através de exemplos de como ser feliz mesmo com problemas às costas.
Após as visitas, algo
me tem ocorrido com frequência. Meus amigos me perguntam qual o motivo de eu
estar sorrindo mais, tão de graça e por pouca coisa. Minha resposta: será que é
tão difícil assim sorrir? Será que é tão maçante deixar-se tocar o coração? Verdade
seja dita. Todos nós temos problemas, de diferentes graus, uns maiores e outros
menores, mas as coisas dependem da importância que você dá. Então, o que você
está priorizando em sua vida?
Dizem que uma pessoa é feliz quando faz o que lhe dá prazer e
quando vive uma relação de amor-amizade com alguém. Essa definição, verdadeira,
nunca se realiza por completo. A gente não está nunca fazendo só o que gostaria.
A vida nos obriga a fazer muitas coisas desagradáveis, a “engolir sapos”. Além
disso, essa relação acontece em momentos ou períodos curtos. Ela é logo
interrompida por uma série de fatores indesejáveis que nos tornam intolerantes,
irritadiços, rabugentos, distantes. Essa transformação aparece na música da
fala. Como dizia Guimarães Rosa: “Felicidade mesmo, ser feliz como estado
permanente, não existe. Acontece em raros momentos de distração. Mas é preciso
tentar”.
Digo que foi uma experiência inesquecível, para mim e para
meus colegas. Essa lembrança, a de rostos com fisionomias tão simplistas e
sorrisos largos, ficará guardada em minha mente, até porque, naquele dia,
alguma coisa mudou em meu coração.
Agradeço à minha escola pela oportunidade que nos foi dada de
fazer parte daquele momento.
Finalizo com o seguinte poema de Mário Quintana:
Da felicidade
Quantas vezes a gente, em busca da
ventura,
procede tal e qual o avozinho infeliz:
em vão, por toda parte, os óculos procura
tendo-os na ponta do nariz!
procede tal e qual o avozinho infeliz:
em vão, por toda parte, os óculos procura
tendo-os na ponta do nariz!
Gabriela Coury Correia da Rocha
Maciel, 3º MB, CNSG.
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