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JUVENTUDES E
VOCAÇÃO
À LUZ DO
MAGISTÉRIO DO PAPA FRANCISCO
O Papa Francisco ao falar da Igreja, nos
diz que ela está em processo de construção. Por
esta razão, ela deverá ser acolhedora e que coloque em prática os ensinamentos
de Jesus. Percebe-se em seus documentos, a preocupação contínua de não permitir
que a Igreja se distancie do Evangelho, desviando para outros caminhos.
Como “bom pastor”, Francisco está sempre
atento ao seu “rebanho”, e, no momento, nos impulsiona a voltar nosso olhar
amoroso para a juventude, trazendo-a para a centralidade do Projeto de Deus. Trata-se
de um grupo cheio de potencialidades. Mas, infelizmente o “mundo adulto” nem
sempre o vê assim. Devido à sua pouca experiência de vida, o vê, muitas vezes,
como grupo sem compromisso, desatento, inconstante, voltado para o provisório,
etc. Frente a esta concepção, a juventude acaba sendo colocada à margem da
sociedade e da Igreja. Será que esta forma de os adultos conceberem a
juventude, não tem contribuído para o elevado número de jovens no mundo das
drogas, do desânimo, da depressão e do suicídio?
No
questionário preparatório ao Sínodo da Juventude, fez-se esta pergunta: o que querem os jovens de hoje? Sobretudo, o que buscam na Igreja? Como resposta
expressaram que desejam: uma “Igreja autêntica”; que brilhe por “exemplaridade,
competência, corresponsabilidade e solidez cultural”; uma Igreja que
compartilhe “sua situação de vida à luz do Evangelho ao invés de fazer
pregações”; uma Igreja que seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente,
comunicativa, acessível, alegre e interativa”. Enfim, uma Igreja “menos
institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga
e próxima, acolhedora e misericordiosa”.
Cuidar e acompanhar aos
jovens pode nos parecer uma tarefa difícil, mas necessária e urgente. Faz a
diferença quando a jovem o jovem, vem sendo acompanhada/o pela família, a
Igreja e a Sociedade de modo em geral. Tornam-se pessoas que constroem sua
“casa sobre a rocha” e ainda, cidadãos críticos, formadores de opinião. Por
isso, a necessidade de acompanhar aos jovens. Compreendemos: acompanhar é
diferente de dominar, influenciar, manipular, etc. Acompanhar é colocar-se numa
atitude de quem caminha junto, escuta e respeita a liberdade da pessoa
acompanhada. Jesus nos ensina isso no caminho com os discípulos para Emaús (Lc
21, 13-35).
O Papa Francisco
também recordou uma das palavras de Jesus aos discípulos, que lhe perguntavam:
“Rabi, onde moras?”. Ele respondeu: “Vinde e vede!”. “Jesus dirige o seu olhar
também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele”. Essa atitude de Jesus nos
desafia! Temos coragem de convidar a/o jovem a vir conosco para ver de perto
como vivemos nossa consagração, nosso compromisso batismal, nosso testemunho
profético, de tal forma que impulsione também ela/ele a viver o mesmo? Em
outras palavras, a convivência conosco, desperta nas/nos jovens o desejo de
eternidade? Aquelas/es que estão em nossas Instituições sentem-se a força do
seu protagonismo e a disposição para a entrega de sua vida no serviço ao Reino
de Deus?
Disse
Dom Jaime Spengler: “Urge apresentar aos jovens e adolescentes os distintos
caminhos do serviço do Senhor e do seu Reino: como leigos engajados nos
diversos âmbitos da vida social; casados que assumem o compromisso do matrimônio;
consagrados por causa do Reino dos Céus; e ministros ordenados a serviço do
povo, nas diversas comunidades de fé”.
Esta
fala de Dom Jaime também nos provoca, pois sentimos constrangidas/os ao
falarmos de vocação. Esta palavra, por muito tempo na Igreja, foi compreendida
de forma limitada, se referindo apenas à escolha do sacerdócio ministerial ou
da vida consagrada.
Nesse sentido, o Padre Júlio Maria
nos dá um testemunho bonito e animador. Desde a sua adolescência assumiu uma
atitude profunda de escuta ao chamado de Deus em sua vida. Em sua juventude
selou seu compromisso tornando-se Irmão, na Congregação
dos Missionários de Nossa Senhora da África. E com o
passar do tempo, aspirando ao Sacerdócio, no final de 1901, retornou à Europa, e
ingressou na Congregação dos Missionários da Sagrada Família.
Seu jeito de viver, de conviver
e de falar ao povo comovia as pessoas e despertava nas/nos jovens um forte desejo
de seguir a Jesus como consagradas/os. Seu ardor missionário inquietava... Não
será este, um momento propício para revermos a vivência concreta de nossa
Consagração, para percebermos se somos ou não, presença que desperta
seguidoras/es?
Irmãs:
Cacilda Mendes Peixoto e Maria Aparecida Rosa, sdn
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