I CONGRESSO VOCACIONAL
Promovido
pela Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
Realizado
nos dias 06 a 09 de junho de 2013, em São Paulo. Foi aberto para outras
Congregações, Leigas/os e Dioceses.
TEMA:
VOCÊ TEM POTENCIAL! PROMOVA A VIDA!
LEMA:
O Espírito do Senhor está sobre mim.
Lc 4,18
O
objetivo do Congresso: Proporcionar uma reflexão sobre o fortalecimento da
cultura vocacional, em vista da missão da Igreja.
Realidade Vocacional: desafios e perspectiva
– Padre Agenor Brighenti
O
assessor desenvolveu este tema, de forma segura, nos ajudando a refletir sobre
a crise como oportunidade de crescimento. Seguem alguns pontos mencionados por
ele em sua reflexão: O melhor ponto de partida é partir do lugar onde estamos.
Assumir a realidade é o melhor ponto de partida para a missão. Por mais dura
que seja a realidade, ela não tem a última palavra. Nós somos chamadas/os a
abraçar a realidade para transfigurá-la. Ela tem um grande poder de nos
questionar, incomodar; ela nos desinstala...
Hoje
se fala da crise de vocações, da Igreja, das religiões... A crise anuncia novas
possibilidades e não o fim. Ela significa um momento de travessia e pode ser um
momento pascal. A crise é bênção e não desgraça. Não podemos negá-la; ela é uma
oportunidade que nos convida a um novo nascimento. Deus é novo em cada manhã.
“Religião
sem religião”- Pessoas que não se encontram em nenhuma religião. Vivem sua fé à margem da igreja, da sociedade,
das instituições. As pessoas quando não gostam, saem silenciosamente. Quantas
não encontram espaços na Igreja para viverem sua fé? Será que não estamos
falhando na acolhida? Acolher não é concordar com a vida errada das pessoas,
mas sim, enriquecermos com a diferença.
Outro
valor interessante é a gratuidade. As coisas mais importantes na vida são
aquelas que “não servem para nada”. Ex.: tomar um café com alguém, numa
conversa informal; no ponto de ônibus, nas filas...
Três posturas em relação ao que
vivemos hoje:
1ª -
visão retrospectiva da realidade: volta
ao passado por nos garantir seguranças;
2ª - visão
catastrófica: hoje o passado não
responde mais e tudo está perdido. O que importa é viver o momento presente;
3ª - visão
prospectiva da realidade: buscar o novo de forma criativa.
O
primeiro dia do Congresso foi marcado por estas e várias outras reflexões e
provocações do assessor.
Na força do Espírito, promover a vida
e a cultura vocacional, numa perspectiva missionária
Irmã Annette Havenne - ISM
Para
onde vamos? O que queremos a partir do que somos? Qual o sentido das nossas
ações?
A
palavra crise é formada por duas outras: potencial e fraqueza. Você tem
potencial! Promova a vida! Se não for para promover a vida, meu potencial não
serve para nada.
Deus
se vocaciona, pelos gritos do povo
oprimido. O desejo fundante da vocação de Jesus, é fazer a vontade do Pai. Isto
exige muito sacrifício. Será que nossa geração não está perdendo, pouco a pouco,
este espírito de sacrifício?
Vocação
= É deixar Deus desejar no meu desejo. A vocação nos leva a fazer escolhas e
rupturas. Em nossas escolhas costumamos optar pelo que é mais fácil ou que é
certo?...
As
tentações de Jesus
1ª - Necessidade física - O diabo oferece pedra para ser
transformada em pão. Jesus prefere pautar sua vida nos valores do Reino.
2ª - Poder - o desejo de poder não pode ser a
sombra da vocação. Mas sim, o Serviço.
3ª - Fama - nossa vocação tem nos levado a dar
ouvido aos pobres ou a fama?
Jesus
saiu do deserto com a sua vocação centralizada no que o Pai queria. A experiência
de deserto fez com que Ele se fortificasse em sua opção de vida. Já aos 12
anos, Ele havia dito para seus pais: “Devo
fazer a vontade de meu Pai”.
No batismo => Jesus decide sair do ter para o ser -
“Repleto do Espírito Santo, Jesus voltou
do Rio Jordão, e era conduzido pelo Espírito através do deserto” Lc 4,1
No deserto => provação de sua identidade - “Aí ele foi tentado pelo diabo durante
quarenta dias” Lc 4, 2a.
Na sinagoga => lugar da decisão - “O Espírito do senhor está sobre mim, porque
ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me
para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para
libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” Lc 4,
18-19.
O
ponto culminante de sua vida => nasci para isto - “hoje se cumpriu esta passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir”
Lc 4,21b.
Como transmitir
isto aos outros? Precisamos ter nas veias os valores evangélicos, transcendendo,
transfigurando e gerando estilo de vida, sendo testemunho. Devemos nos
perguntar: com o nosso jeito de ser, animamos as vocações ou desanimamos?
De
que modo Jesus forma seus discípulos, a ponto de estas pessoas deixarem tudo
para segui-Lo?! Em primeiro lugar, Ele convida a uma ruptura. A ruptura nos coloca
frente a frente com as nossas fragilidades e potenciais. Isto não é só coisa da
Vida Religiosa, mas, condição para o amadurecimento da pessoa. Jesus os convida
a uma transcendência “venham comigo e
farei de vocês pescadores de pessoas”. A formação vai acontecendo no
caminho.
Os
discípulos observam como Jesus promove a vida. Eles estão se preparando para
fazer o mesmo, cuidar das pessoas desamparadas e gerar uma correnteza de
pessoas fazendo o bem. Há gente que faz isso, de vez em quando. As/os seguidores
de Jesus, deverão viver ajudando outras pessoas a ajudarem.
A
vivência dos Conselhos Evangélicos hoje:
Pobreza - vivemos este voto em um contexto,
onde o dinheiro passa na frente das pessoas;
Obediência - em um mundo barulhento, desenvolvemos
a escuta de Deus, para com fidelidade colocar todo nosso potencial a serviço da
vida;
Castidade - em um mundo machucado, com
tendências fortes ao capitalismo, ao egocentrismo..., nós estamos aqui para
amar gratuitamente.
Cultura vocacional = formação permanente, cultivo
contínuo para a vida toda. A Vida Religiosa Consagrada, é uma dinâmica e não um
estado de vida. Frente aos desafios é preciso reencantar várias vezes. Isto se
torna significativo, pois nos dá condição de descer no mais profundo de nós
mesmas/os. Quantas vezes aparece dentro de nós, a vontade de dar as costas para
a missão, como aconteceu com aquele casal que ia para Emaús!...
Às
vezes queremos sucesso e o que Deus nos pediu é que déssemos frutos e pode até
acontecer, que minha congregação não colha os frutos. Mas, ela poderá
proporcionar às pessoas, frutificarem em outros lugares, fazendo a diferença na
Igreja.
Precisamos
aprende a fazer a leitura dos sinais da vida. Este é o caminho que se deve
fazer para sair da crise. Interpretar os sinais à luz da fé. Cultura vocacional
é saber ler os sinais da vida e reescolher aquilo que já havíamos escolhido.
Mudança
de mentalidade, isto é, pensar e agir de forma positiva e não ter medo de fazer
perguntas. Sinto que vale a pena investir neste estilo de vida? Quero para mim?
É importante para a Igreja e para o mundo? O modo de pensar influencia os
sentimentos.
Missão - Cada vez que a Vida Religiosa
Consagrada se aproxima dos pobres, ela se revitaliza e ainda nos questiona: Qual
é nossa missão hoje com projeção no amanhã? A missão forma a comunidade e a
mística e nos interpela a mudar nosso jeito de conviver. Não podemos encher as
pessoas com as nossas falas, mas proporcionar a elas, experiências profundas de
Deus.
O
segundo dia foi enriquecido por estas reflexões, como também provocações da
Irmã Annette. Esta é uma síntese que fiz de sua palestra.
Finalizando
o dia, ela orientou um momento de leitura orante com o texto de Lc 13,21. “O Reino do céu é como o fermento que uma
mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique
fermentado”. Com que podemos comparar o Serviço de Animação Vocacional?
Nos
outros dois dias seguintes tivemos trabalho em oficinas: Marketing; Juventude e
Novas Gerações; Mística e Itinerário Vocacional.
Apresentação
dos trabalhos e ressonâncias; partilha de experiências no SAV/PV; elaboração de
prioridades; apresentação do Vídeo Vocacional da CIIC e por fim, a Celebração
Eucarística de encerramento.
Irmã Maria Aparecida Rosa - sdn
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