CELEBRAÇÃO DOS CEM
ANOS DE VIDA DA IRMÃ ODETE FONSECA - 08 DE SETEMBRO DE 2013, NA CASA CENTRAL DAS IRMÃS
SACRAMENTINAS DE NOSSA SENHORA EM BELO HORIZONTE, MG.
Tia Odete,
Todos os dias elevamos os olhos ao céu para dar
graças a Deus pelas contínuas bênçãos que Ele derrama sobre cada um de nós. É
Ele o Autor da vida. É Ele que a conserva. E o evangelista João relata a
mensagem de Jesus: Vim para que tenham a vida e a tenham em abundância.
Mas hoje, especialmente, elevamos nossos corações
ao alto – sursum corda – para louvar a Deus pela dádiva da vida de Irmã Odete,
a nossa Tia Odete. Veio ela também com a missão de fazer com que as pessoas que
a rodearam e que com ela conviveram, tivessem vida e a tivessem com cada vez
mais profundidade no amor de Deus.
E são cem anos! A senhora acredita, tia Odete? É
um século de vida de amor e doação. E essa força se originou de duas árvores
que deram um bom fruto: o amor de Pedro Fonseca e Inês Assunção Fonseca, e o
amor da Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, fundada pelo
Padre Júlio Maria.
Em Dores do Indaiá, no longínquo dia 09 de
setembro de 1913, a Mãe Inês dava a luz a uma linda menina, a que, no
sacramento do batismo, impuseram o nome de Maria da Conceição, vinculando
aquela existência à doçura da proteção maternal de Nossa Senhora.
Pai Pedro, como bom Vicentino (da Sociedade de
São Vicente de Paulo) dedicando sua vida ao bem dos pobres, e Mãe Inês, do
Apostolado da Oração, foram uma árvore frondosa, que deu nascimento a 16
(dezesseis) filhos, sendo 13 (treze) os sobreviventes: Romeu, Maria, Adolfo,
Joãozinho, Inezita, Zélia, Zezé, Tio Pedrinho (irmão leigo salesiano), Julieta
(minha mãe Juju), Dácio, Alda, Terezinha e a nossa homenageada de hoje,
batizada como Maria da Conceição e recebida na Congregação com o nome de Odete.
Menina-moça prendada, costureira, bordadeira,
fazia crivo muito bem, competente DOCEIRA, contribuindo para alegrar as
reuniões da família, não lhe faltaram pretendentes. Mas surgiu um PRETENDENTE,
com todas as letras maiúsculas, que sobrepujou todos os demais e conquistou
aquele coração de ouro para a sua messe.
Entre os anos de 1935 a 1939, a tia Odete foi
absorvida por uma outra árvore, quando teve os primeiros contatos com as Irmãs
Sacramentinas.
Esta outra árvore, mais frondosa ainda, é a da
Congregação das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora, que recebeu a nossa
querida tia Odete, que a envolveu numa nova atmosfera.
Em 22 de junho de 1940, ingressou no
Pré-Noviciado, em 24 de dezembro de 1940 ingressou no Noviciado. Em 05 de
janeiro de 1942 fez sua Primeira Consagração Religiosa. Três anos depois, em 05
de janeiro de 1945, dedicou-se por votos perpétuos.
Mas já em 1942 atuava como Professora no Colégio
de Boa Esperança/MG, em 1943 no Hospital de Andrelândia, como Diretora. No
período de 1944 a 1948 foi Diretora do Hospital de Guaratinguetá/SP. A partir
daí não interrompeu sua ação evangelizadora através da atuação em Hospitais,
Colégios, Trabalho pastoral junto ao povo. Em 1986 e 1987, já com mais de 70
anos de idade, a obediência a trouxe para a Casa Central em Belo Horizonte,
onde passou a cuidar de horta e jardins.
A partir de 1995, até a presente data, está na
Casa Madre Beatriz, no bairro Vera Cruz, exercendo diversas funções na
Comunidade.
Estas datas são importantes, porque mostram a
trajetória de uma vida dedicada a Deus e ao próximo. Mas são elas pontos
temporais que não podem obscurecer a realidade e a profundidade da vida que
permeou todo esse lapso de tempo. As funções desempenhadas em todos esses anos
somente ganham sentido se integradas em uma outra realidade, naquilo que fez
nesses anos todos.
O que fez a nossa Tia Odete, a Irmã Odete, em
todos esses cem anos de vida? O conteúdo vivencial de todo este período
temporal é que é importante. Em 1940 fez votos de pobreza, castidade e
obediência. O significado profundo desta atitude é que marcou toda a sua vida.
Pelo voto de pobreza se desligou dos valores materiais e procurou somente os
valores espirituais e celestiais. Tudo o que teve foi o que não teve, porque
nada teve de próprio, somente teve o amor de Deus para com todos. Pelo voto de
castidade, dedicou-se ao celestial esposo que a teve como unicamente sua, para
tê-la como instrumento de evangelização, de forma obsessiva, somente para o
esposo, somente para a missão do esposo. Pelo voto de obediência, consagrou-se
inteiramente à missão do Reino de Deus, através da submissão às determinações
emanadas pela Congregação, através de suas superioras.
A esta vida maravilhosa o mundo chama de loucura.
E é loucura, sim, porque é a decisão continuada de acreditar nos valores
eternos, naquilo que é duradouro, naquilo que a traça não corrompe. É a
sequencia de uma loucura já vivenciada e glorificada por Santa Tereza, por
Santa Terezinha do Menino Jesus, por Madre Tereza de Calcutá, por Irmã Dulce e
por tantas outras. Assim sendo, tia Odete, sua loucura está perdoada, e até
mesmo glorificada. Seus familiares e a Congregação das Irmãs Sacramentinas de
Nossa Senhora, se sentem orgulhosos (existe um Santo Orgulho, sim) de poder
festejar neste dia toda esta história de vida. Que Deus a conserve ainda por
muito tempo entre nós, para nossa edificação, para confirmação de que Deus quer
bem à humanidade.
A nossa Família quer neste ato agradecer à
Família das Irmãs Sacramentinas, e o faço neste momento na pessoa da Irmã Deodata,
pedindo a ela que estenda à Superiora da sua Congregação e a todas as Irmãs o
nosso reconhecimento. Que Deus lhes pague!
João Bosco Leopoldino
da Fonseca.
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